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Bradesco, Itaú ou fintechs: quem se destacará em 2019, segundo BTG

Os bancos continuaram apresentando lucros bilionários mesmo na crise, mas, com a retomada da economia e da oferta de crédito, o retorno pode ser ainda maior

 (Omar Paixão/Exame)

(Omar Paixão/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 8 de janeiro de 2019 às 06h00.

Apertado durante a crise, o crédito deve estar mais disponível com a retomada da economia e, com isso, acirrar a disputa entre grandes bancos, instituições financeiras e fintechs para capturar esse crescimento.

As fintechs chegaram para ficar, com gestão mais ágil, canais digitais e sem cobrar certas taxas de administração. Mesmo assim, o banco BTG acredita que as grandes instituições financeiras ainda estão protegidas pela sua escala e pelo “fator conglomerado”, ou seja, atuação em segmentos de meios de pagamento a seguros, algo ainda incomum no mercado de fintechs. Os bancos ainda são as únicas empresas capazes de oferecer crédito em larga escala a todos os segmentos da economia, diz o BTG em relatório.

Os bancos continuaram apresentando lucros bilionários mesmo durante a crise. A carteira de crédito, no entanto, encolheu no período, por conta dos maiores riscos e inadimplência.

Por isso, com a retomada da economia e da oferta de crédito, o retorno sobre o patrimônio líquido pode ser ainda maior. Nos últimos dois anos, a confiança foi restaurada, os mercados de capitais ficaram mais fortes e as taxas de inflação e juros estão baixas. Desde então, as ações de bancos subiram mais de 180%.

Entre os maiores bancos voltados ao varejo do país, o Bradesco está mais preparado para acelerar seu crescimento, pela sua distribuição geográfica, perfil de clientes e taxa de inadimplência do que seu rival Itaú, diz o documento do BTG.

Por enquanto, a vantagem ainda está com o rival. O Itaú apresentou um lucro maior, assim como um retorno maior sobre o patrimônio líquido. O lucro nos nove primeiros meses de 2018 foi de 19,3 bilhões de reais e o ROE foi de 21,7% no mesmo período, resultado mais recente divulgado. Já o Bradesco apresentou lucro líquido recorrente de 15,7 bilhões de reais em nove meses, alta de 11%. O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido foi 18,7% nos nove primeiros meses.

Mesmo assim, o BTG aposta em uma retomada acelerada para o banco. Ao contrário do Itaú, que tem 32,2% de seus ativos fora do Brasil, os ativos do Bradesco estão inteiramente aplicados no país e, portanto, devem sentir maior impacto com a retomada.

O perfil dos clientes dos dois bancos também é diferente. Cerca de 61% dos clientes do Itaú são indivíduos, enquanto 14% são pequenas empresas e 25%, companhias médias e grandes. Já o Bradesco tem 46% de clientes pessoa física, 29% empresas médias e grandes e 25%, micro e pequenas empresas, que mais sofreram com escassez de crédito.

A mesma lógica é aplicada às regiões brasileiras em que os dois bancos atuam. Em números absolutos, o Bradesco tem 2,5 vezes mais agências no Nordeste e 2 vezes mais no Norte que o rival, regiões com baixo crescimento durante a crise e que devem acelerar a recuperação nos próximos anos.

Ainda que a inadimplência de 60 dias do Bradesco esteja em queda desde o começo de 2017, o Bradesco ainda tem níveis maiores de que seu concorrente, que viu este número se estabilizar nos últimos trimestres. Por isso, ainda há espaço para melhora.

"Acreditamos que a diferença do retorno sobre o patrimônio entre o Bradesco e Itaú deve se estreitar nos próximos anos, em contraste com o movimento visto nos anos mais recentes", diz o relatório.

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