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BR Partners quer abrir banco de investimentos e corretora

Empresa já notificou o Banco Central sobre a criação do banco de investimentos

Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners (Claudio Rossi/Você S/A)

Ricardo Lacerda, fundador do BR Partners (Claudio Rossi/Você S/A)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 15h39.

Sâo Paulo - A BR Advisory Partners Participações SA, fundada pelo ex-presidente do banco de investimento do Citigroup Inc. no Brasil, Ricardo Lacerda, quer abrir um banco de investimento e uma corretora para ampliar o leque de atuação no País.

A consultoria já entrou com pedido junto ao Banco Central para a abertura do banco de investimento, que será chamado BR Partners Banco de Investimento SA e terá capital inicial de R$ 50 milhões, segundo comunicado distribuído hoje pelo BC. A corretora terá capital de R$ 15 milhões, disse Lacerda, que também já foi o principal executivo do Goldman Sachs Group Inc. no País.

O plano é usar o banco e a corretora para disputar os negócios de abertura de capital, venda de ações e colocação de títulos de dívida nos mercados locais e externo, disse Lacerda hoje em entrevista por telefone de São Paulo.

“Queremos disputar o mercado de underwritting para ter o leque completo de serviços para as empresas que buscam um banco de investimento independente”, disse Lacerda. “Existe espaço no mercado brasileiro para um banco de investimento brasileiro independente” já que “todos os bancos de investimento que tinham esse perfil no País ou foram comprados ou viraram grandes conglomerados com interesses de ‘buy side’. Seremos um banco de perfil ‘sell side’”.

Contratações

O número de fusões e aquisições no País chegou a 552 no ano passado, movimentando US$ 160,2 bilhões, mais que o dobro dos US$ 70,3 bilhões nessas transações registrados em 2009. A BR Partners ficou na terceira colocação no ranking da Bloomberg, por número de negócios, com 25 operações, 4,9 por cento de participação de mercado e US$ 7,8 bilhões em valor de contratos assinados em 2010.

A BR Partners conta hoje com 55 profissionais e vai chegar a 90 até o fim do ano com o reforço na equipe de banco de investimento e corretagem, disse Lacerda.

A empresa de gestão de ativos também já recebeu o sinal verde da Anbima - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais e da Comissão de Valores Mobiliários para operar, disse Lacerda. O capital do grupo atinge R$ 180 milhões.

O grupo prepara ainda os primeiros investimentos de private equity neste semestre.

“Vamos anunciar os primeiros investimentos de nosso fundo de private equity em até dois meses”, disse Lacerda. O executivo não citou que empresas vão receber os recursos por questões de confidencialidade.

Private equity

Em entrevista à Bloomberg em setembro do ano passado, Lacerda havia adiantado os planos de aplicar recursos de investidores em ativos de longo prazo por meio de private equity. Segundo ele, são 11 famílias que têm cotas dos fundos. Entre os investidores está o controlador da Hypermarcas SA Waldemar Verdi Junior. Ele disse, na época, que não havia interesse em ter participação majoritária.

Lacerda, de 43 anos, deixou o Goldman Sachs em agosto de 2005 quando o banco americano tentou se unir ao Banco Pactual SA, na época o vice-líder no País na coordenação de ofertas de ações. Sob o comando de Lacerda, o Goldman foi o número um na consultoria para fusões durante três anos. No Citigroup, Lacerda ajudou o banco a subir do 14º lugar em 2005, com dois negócios, para a sétima posição, com 13 operações, quando deixou o banco em 2009, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Segundo ele, atualmente todos os setores da economia brasileira ligados à dinâmica doméstica atraem os investidores neste momento.
Entre as operações em que participou, a BR Partners assessorou o Carlyle Group na aquisição da administradora de planos de saúde Grupo Qualicorp, e o Magazine Luiza na compra da rede de eletrodomésticos e móveis Lojas Maia naquele mesmo mês.

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