Em novembro do ano passado a BP havia concordado em vender 60% da Pan American, o que deveria ter acontecido até 1º de novembro deste ano (Andrew Yates/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2011 às 12h29.
Buenos Aires - O acordo de US$ 7,06 bilhões da petroleira britânica BP para vender sua fatia na argentina Pan American Energy para uma joint venture que envolve a também argentina Bridas Energy Holdings e a chinesa Cnooc foi rompido, segundo essas duas companhias. Em novembro do ano passado a BP havia concordado em vender 60% da Pan American, o que deveria ter acontecido até 1º de novembro deste ano.
A Bridas afirmou em um comunicado que decidiu encerrar as negociações por causa de "razões jurídicas" e pelo "modo como a BP agiu durante a transação". Em um comunicado separado, o executivo-chefe da Cnooc, Yang Hua, afirmou que "certas condições precedentes à conclusão do acordo não foram obtidas como esperado e a Bridas escolheu descartar a transação", o que foi informado à BP no dia 5 deste mês. Nenhum outro detalhe foi fornecido.
A Bridas negou relatos da imprensa de que havia oposição política na Argentina ao acordo. Nos últimos meses, pessoas próximas ao assunto afirmaram que as negociações haviam encontrado impedimentos em Londres, especificamente dentro da BP, mas a companhia britânica não foi encontrada para comentar o assunto. O planejado acordo era um de uma série de grandes investimentos em recursos naturais feitos por empresas da China na América Latina nos últimos dois anos e incomumente grande para uma companhia argentina.
Os principais negócios da Pan American se localizam na Argentina, onde a empresa é a segunda maior produtora de petróleo e gás. A Bridas afirmou que não descarta novas negociações. "Nós estamos totalmente abertos e sempre estivemos dispostos a encontrar soluções construtivas", disse a companhia. A Cnooc, por sua vez, declarou que "vai continuar buscando oportunidades no exterior que possam acrescentar valor à nossa companhia tanto no curto quanto no longo prazo".
A BP tem vendido ativos para levantar dinheiro para cobrir o custo do vazamento ocorrido após a explosão na plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, no ano passado. As informações são da Dow Jones.