Aeronave da Bombardier: a América Latina é responsável por 6% a 8% das vendas de jatos executivos comerciais da empresa (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 12h44.
São Paulo - A Bombardier acredita que a procura por jatos maiores vai crescer no Brasil. O fenômeno acompanha a globalização das empresas brasileiras. Para a fabricante canadense de aviões, e concorrente direta da Embraer, a maior a necessidade de viagens internacionais vai levar à escolha de aviões com maior autonomia de voo.
Nos últimos 25 anos, os jatos pequenos representavam 82% dos modelos vendidos pela Bombardier na América Latina. Hoje em dia, o total já baixou cerca de 70%. “Com a globalização, a tendência é aumentar a demanda de aviões maiores”, disse Fábio Rebello, vice-presidente regional de vendas da Bombardier Business Aircraft para a América Latina.
A Bombardier trabalha com três famílias de aviões – Learjet, Challenger e Global. Dessas, a Learjet, com capacidade para transportar até nove passageiros, é a de maior sucesso no Brasil. “A tendência é passarmos para Challenger e Global, em números proporcionais”, disse Rebello. O Challenger pode acomodar até 14 pessoas. Já o Global leva até 18 passageiros – o modelo Global XRS tem autonomia para voar uma distância entre São Paulo e Europa sem escalas.
A América Latina é responsável por 6% a 8% das vendas de jatos executivos comerciais da Bombardier, atrás de Estados Unidos e União Européia – e ao lado de China e antiga União Soviética. O Brasil é o segundo país em importância na América Latina para a Bombardier, atrás apenas do México.
A frota da Bombardier Business Aircraft no Brasil corresponde a 26% do mercado de jatos executivos no país. No trimestre, a Bombardier registrou 77 pedidos de jatos executivos, o que gerou uma receita de 2,2 bilhões de dólares e encomendas que representam 21,1 bilhões de dólares.
Crise, que crise?
Em 2009, sequência da crise econômica mundial, o número total de pedidos registrou a única queda desde 2001. Mas, para Rebello, as perspectivas de vendas continuam boas e a empresa segue trabalhando com o longo prazo. “Temos vendas contratadas até 2019; não posso me concentrar no curtíssimo prazo”, disse Rebello.
Nunca faltou financiamento para a compra de aviões, mesmo durante a crise de 2008, segundo Rebello. A garantia deve-se à qualidade das empresas que adquirem aviões, segundo o executivo. “Como as empresas brasileiras são, historicamente, de baixo volume de endividamento, isso facilita a obter empréstimos”, afirmou.
Por enquanto, o plano de investimentos da empresa está mantido. “Tudo vai passar por uma análise muito criteriosa”, disse Rebello. Se a empresa diagnosticar que a situação não é favorável, ela poderá reprogramar toda a produção. A perspectiva para entrega no ano fiscal de 2011 supera a entrega de 2010 em 150 aviões.