Avião E-Jet da Embraer (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 12h34.
Grandes vitórias da Bombardier e da Embraer esquentaram a batalha no mercado de jatos regionais, enquanto as maiores companhias aéreas norte-americanas fazem grandes pedidos de renovação de frota após um longo hiato.
Num mercado que é, na prática, um duopólio, os jatos estreitos fabricados pela brasileira Embraer venderam mais do que os da canadense Bombardier por pelo menos oito anos.
Mas sinais da recente agressividade da Bombardier, e seu desejo de não perder espaço em sua tradicional fortaleza norte-americana, podem significar uma feroz disputa por pedidos da maior companhia aérea norte-americana, a United Airlines, e da rival de menor porte US Airways.
"Essa será a próxima grande corrida de cavalos", disse Brian Foley, que administra sua própria companhia de pesquisa de aviação em Sparta, Nova Jersey. "Estou certo de que Embraer e Bombardier estão em discussões preliminares, e podemos ver isso ocupar as próximas manchetes, neste ano, até".
A Bombardier teve em dezembro um pedido avaliado em até 3,29 bilhões de dólares da Delta Air Lines. Mas a conquista da Embraer na quinta-feira de um acordo avaliado em até 4 bilhões de dólares para fornecer aeronaves para a rede regional da American Airlines, controlada pela AMR, levou a companhia brasileira a alcançar canadense na disputa nos EUA.
Com os níveis de produção dependendo de novos pedidos, novos impulsos para a Bombardier podem destronar a Embraer como a terceira maior fornecedora de companhias aéreas, depois da Boeing e da Airbus.
O chefe de aviação comercial da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, disse na quinta-feira que o aumento na demanda de companhias aéreas norte-americanas está apenas começando. As necessidades norte-americanas de jatos regionais não foram satisfeitas pelo pedido à Embraer.
O analista de espaço aéreo Scott Hamilton, do Leeham Co, disse que a Bombardier tem uma boa chance na próxima rodada de pedidos da American por aeronaves que carregam até 120 passageiros de aeroportos menores para hubs maiores.
"Esse não é um acordo exclusivo para a Embraer", disse ele. "A American Eagle tem uma frota mista tão grande de Embraers e Bombardiers que eu ainda vejo isso como uma oportunidade para a Bombardier." A disputa por pedidos será feroz, já que ambas as fabricantes de aeronaves estão famintas para expandir seus pedidos de jatos regionais, prejudicados por anos de lento crescimento e a transição de companhias aéreas para aeronaves maiores.