O Grão Malte está chegando ao mercado com dois produtos. Até dezembro de 2023, prevê incluir outros 18 itens no portfolio (Grão Malte/Divulgação)
Incomodado com o desperdício de malte a toda vez que produzia suas cervejas artesanais em Jaboticabal, no interior de São Paulo, o biólogo Thiago Greggio começou a testar meios para reutilizar o ingrediente. Assim, conseguiu desenvolver uma técnica de secagem e tratamento que permite manter as características nutricionais. É a partir deste desconforto que nasce a Grão Malte, marca de produtos saudáveis criados a partir do reúso do malte.
Para chegar ao momento atual, mostrou suas ideias ao amigo Rodrigo Clemente, CEO da JVMC Participações, um ecossistema que reúne, entre negócios próprios e participações, oito empresas. Atua em segmentos como publicidade e distribuição de bebidas, gastronomia, fintech e reciclagem de garrafas.
Juntos com outro sócio de Clemente, Emerson Cação, egresso do mercado de alimentos e bebidas e VP de negócios da holding, estruturaram a marca ao longo do último ano e foram aprimorando as fórmulas dos produtos. O desenvolvimento do negócio, com a montagem de fábrica em Jaboticabal, no interior de São Paulo, demandou investimentos de cerca de R$ 500 mil.
O Grão Malte está chegando ao mercado com dois produtos. Começou com um mix de bolinhos — voltado para a área de restaurantes e foodservice, e acaba de lançar uma farofa temperada, com foco público geral. Ao longo de 2023, os executivos preveem a entrada de mais 20 itens como granola e crispy de chocolate. A divisão entre o B2C e o B2B deve manter um patamar entre 70% e 30%, respectivamente.
A ampliação da linha contribuirá para bater a meta de um faturamento de acima de R$ 1 milhão em 2023. Nos dois anos seguintes, o plano é mais agressivo. Trabalham com projeção de crescer cinco vezes em cada ano.
Os produtos estão sendo comercializados a partir das três distribuidoras que a JVMC Participações, com atuação em São Paulo e parte do litoral paulista, e também por e-commerce.
“Nós estamos com processo de lançamento controlado para depois alavancar. Mas o objetivo é, a partir do que vem, começar a buscar novos distribuidores e novas regiões”, afirma Cação.
A história da JVMC começou há mais de 20 anos com uma agência de marketing de experiência muito focada em ações para universitários. Ao longo do tempo, foram criando os próprios negócios e, nos últimos anos, surgiu a holding JVMC.
Os negócios giram em torno do universo de bebidas e alimentação e encerraram 2021 com faturamento na casa dos R$ 100 milhões, valor que “mais do que dobrou em 2022”, segundo Cação, sem abrir os números completos.
A ideia da companhia é fomentar a sinergia entre as empresas. A agência de publicidade, hoje JVMX, por exemplo, cuida da comunicação das marcas coirmãs e funciona como um canal de relacionamento para prosperar clientes para os demais empreendimentos.
Na estrutura, a JVMC conta com empresas próprias como:
E ainda tem participação em outros negócios, como é o caso da empresa de bebidas Better Drinks. “O negócio tem de ser relevante ou pela característica nossa ou pela participação para ter voz. Nós não entramos pequenos só para construção de equity e vender depois. É para agregar ao ecossistema”, diz Cação.
A principal empresa do grupo em faturamento é a BLZ Recicla, cujo controle foi recém-adquirido pela Ambipar.
Avaliada em R$ 68 milhões, a empresa, rebatizada de Ambipar Glass Recycling, movimenta cerca 10 milhões de garrafas de vidro e 5 mil toneladas de cacos de vidro por mês, a partir de unidades em São Paulo. Segundo comunicado à época da compra em setembro, tinha faturado R$ 98 milhões e apresentado um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 19 milhões nos últimos 12 meses.
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