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Boeing troca de presidente após acidentes com 737 Max

Segundo nota, a nova liderança deve trazer um comprometimento renovado em transparência, além de buscar retomar o 737 Max

Boeing: no início do mês, a fabricante suspendeu temporariamente a fabricação do 737 Max (indsey Wasson/Reuters)

Boeing: no início do mês, a fabricante suspendeu temporariamente a fabricação do 737 Max (indsey Wasson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 12h28.

Última atualização em 23 de dezembro de 2019 às 12h33.

Depois de suspender a temporariamente a fabricação da aeronave 737 Max, a Boeing irá realizar novas mudanças em sua estrutura. A fabricante de aeronaves anunciou hoje, 23, que Dennis A. Muilenburg deixou o cargo de CEO e será substituído por David L. Calhoun, atual presidente do conselho de administração.

Muilenburg também deixou o cargo de diretor do conselho de administração.  A mudança passará a valer a partir de 13 de janeiro de 2020.

De acordo com comunicado divulgado pela companhia, a nova liderança deve trazer um comprometimento renovado em transparência, além de buscar retomar o 737 Max. 

A aeronave é responsável por dois acidentes fatais. O primeiro acidente, de outubro de 2018, ocorreu na Indonésia em um voo da companhia Lion Air e deixou 189 mortos. Já em março deste ano, outro avião Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines caiu na Etiópia, causando a morte dos 157 ocupantes.

A diretoria da Boeing decidiu que uma mudança na liderança era necessária para restaurar a confiança na companhia, enquanto ela trabalha para reparar relacionamentos com órgãos reguladores, consumidores e outros parceiros. 

Lawrence W. Kellner afirmou que Calhoun "têm uma profunda experiência na indústria e um histórico comprovado de forte liderança, e ele reconhece os desafios que precisamos confrontar". 

"Acredito firmemente no futuro da Boeing e do 737 Max. Estou honrado em liderar essa grande companhia e os 150 mil funcionários dedicados, que estão trabalhando duro para criar o futuro da aviação", disse Calhoun em nota.

Com a confiança do mercado abalada pelos acidentes, a Boeing entregou menos da metade do número de aeronaves nos primeiros onze meses de 2019 do que no mesmo período do ano passado.

As entregas totalizaram 345 aeronaves nos onze meses até novembro, em comparação com 704 no ano passado e também foram menos da metade do número entregue pela rival europeia Airbus no mesmo período. Os clientes geralmente pagam a maior parte da aeronave na entrega, por isso o indicador é importante para o setor.

A Boeing está ainda há poucos meses da conclusão da transação com a brasileira Embraer, para a criação de uma joint venture de aviação comercial. Inicialmente prevista para o fim deste ano, a conclusão do negócio foi adiada para o início de 2020.

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