Steven Udvar-Hazy, um veterano da indústria de leasing de aviões, diz que a marca Max está com a reputação manchada após os dois acidentes fatais (Mike Blake/File Photo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 06h11.
A Boeing deveria renomear o 737 Max para ajudar a diminuir as preocupações sobre segurança dos passageiros quando os voos com o jato forem retomados, de acordo com Steven Udvar-Hazy, um veterano da indústria de leasing de aviões.
A marca Max está com a reputação manchada após os dois acidentes fatais no ano passado, e não há motivo para a Boeing mantê-la, disse Udvar-Hazy, fundador e presidente do conselho da Air Lease Corp., durante conferência em Dublin na segunda-feira.
“Pedimos à Boeing para se livrar da palavra Max”, disse Udvar-Hazy. “Acho que a palavra Max deve constar nos livros de história como um nome ruim para uma aeronave.”
Como não há referência à marca Max como tal na documentação da Boeing enviada aos reguladores, a empresa pode simplesmente comercializar o modelo de acordo com a variante numérica, como o 737-8 ou o 737-10, disse. A Air Lease é um dos maiores clientes do Max, com cerca de 200 pedidos.
Renomear o Max ajudará a enfrentar a relutância do público em voar no avião, especialmente em mercados mais supersticiosos, de acordo com Udvar-Hazy. Ele disse que companhias aéreas estudam que tipo de relutância ou preferência dos clientes por outros modelos e operadoras poderiam ser enfrentados e por quanto tempo.
“Serão dois meses, seis meses, será diferente em diferentes partes do mundo?”, questionou. “As pessoas nos EUA, depois de alguns meses, esquecerão os acidentes e perguntarão: ‘Ah, é apenas outro 737?’ Haverá partes do mundo em que as pessoas talvez sejam mais supersticiosas e levarão mais tempo para apagar esse estigma?”
A Boeing trabalha com a Administração Federal de Aviação dos EUA e reguladores de companhias aéreas em todo o mundo para certificar novamente o avião. Em geral, as companhias aéreas esperam que os voos comerciais sejam retomados em meados do ano.
Um porta-voz da Boeing não respondeu imediatamente a um pedido de comentário na segunda-feira, feriado nos EUA.
Dennis Muilenburg, Ex-CEO da Boeing, disse em junho que não via necessidade de abandonar a marca Max. O comentário foi feito depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito no Twitter em abril que, no lugar da Boeing, renomearia o avião.
Muilenburg foi substituído por David Calhoun, um veterano da General Electric, em 13 de janeiro.