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Boeing desenvolve banheiro autolimpante para aviões

Invenção poderia reduzir a conta de manutenção das empresas aéreas se não envolver muitas peças móveis


	Banheiro: protótipo de banheiro autolimpante da Boeing usa luzes ultravioletas para higienizar assentos, pia e bancadas
 (Stock.XCHNG)

Banheiro: protótipo de banheiro autolimpante da Boeing usa luzes ultravioletas para higienizar assentos, pia e bancadas (Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2016 às 21h56.

A lata de lixo está transbordando, o chão é um desastre e levantar a tampa do vaso é assustador. Até mesmo os viajantes mais experientes se tornam germofóbicos horas após o início de um voo de longa distância.

A Boeing está preparando uma solução: um banheiro autolimpante. A fabricante de aviões dos EUA diz que encontrou uma forma de usar luz ultravioleta para matar 99,99 por cento dos germes nos banheiros dos aviões, desinfetar todas as superfícies depois de seu uso em três segundos e evitar que o banheiro se transforme em uma placa de Petri.

Banheiros capazes de se limparem sozinhos constantemente a 30.000 pés (9.100 metros) de altura poderiam ajudar a reduzir a propagação de doenças infecciosas transmitidas por passageiros que viajam de um continente a outro, disse o consultor da área da aviação George Hamlin. 

A invenção poderia reduzir a conta de manutenção das empresas aéreas se não envolver muitas peças móveis, disse ele. A Airbus está trabalhando em um conceito similar.

“Se o custo for razoável, acho que pode vir a se tornar generalizado”, disse Hamlin a respeito do novo produto da Boeing.

O conceito oferece um novo sentido ao antigo ditado dos aviadores “se não é Boeing, não vou”, disse por e-mail o consultor da área de aviação Robert Mann. 

“A Boeing deveria realizar testes em instalações públicas de grandes cidades para criar credibilidade”, disse ele.

Luz ultravioleta

O protótipo de banheiro da Boeing utiliza uma espécie de luz ultravioleta, diferente dos raios das camas de bronzeamento, que não causa danos aos seres humanos. 

Ativadas apenas quando o banheiro do avião não está sendo usado, as luzes tocam superfícies como o assento do vaso, a pia e a bancada.

“Estamos tentando aliviar a ansiedade que todos nós sentimos ao usar um banheiro que trabalha muito durante um voo”, disse Jeanne Yu, diretora de desempenho ambiental da divisão de aeronaves comerciais da Boeing, em um comunicado.

A Airbus está trabalhando em suas próprias melhorias para os banheiros dos aviões, segundo Ingo Wuggetzer, vice-presidente de marketing da empresa europeia.

“A Airbus está desenvolvimento tecnologias ‘sem contato’ para nossos futuros banheiros e logo incluiremos superfícies ‘antibacterianas’ como característica de um banheiro do futuro”, disse Wuggetzer. 

“Por outro lado, além de melhorar a higiene do banheiro, o ambiente e o frescor geral também melhorarão notavelmente. Por essa razão, de uma forma geral, a Airbus elevará significativamente o nível de experiência dos passageiros no uso do banheiro no voo”.

Eliminando odores

A Boeing registrou uma patente do conceito, que segundo a empresa minimiza o crescimento e a potencial transmissão de micro-organismos. A desinfecção ajuda, inclusive, a eliminar os odores do banheiro.

Além disso, opera sem ser tocado. O sistema de limpeza levantaria e fecharia o assento do vaso por conta própria para que todas as superfícies sejam expostas durante o ciclo de limpeza, segundo a Boeing. 

Outros benefícios para quem teme os germes: torneira, dispensador de sabão, compartimento de lixo, tampa do vaso e secador de mãos do tipo mãos livres. A fabricante de aviões também está estudando um trinco de porta mãos livres e um sistema de ventilação a vácuo para derramamentos no chão.

Economia com manutenção

O conceito da Boeing é finalista do prêmio Crystal Cabin, que será anunciado na Aircraft Interiors Expo, em Hamburgo, Alemanha, no dia 5 de abril.

Os possíveis benefícios não estão apenas no banheiro. O conceito de autolimpeza também poderia ajudar as empresas aéreas a economizarem dinheiro com consertos caros, disse Mann.

“É notoriamente difícil manter os banheiros funcionando em alto padrão, o que aparece na forma de odores que não podem ser controlados e, eventualmente, na corrosão de estruturas adjacentes ao módulo do banheiro”, como colunas do piso e longarinas da fuselagem, disse Mann. “De fato, também haveria economia de custo de manutenção”.

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