Boeing 737: modelo foi proibido em diversos países após acidentes (Matt Mills McKnight/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de março de 2019 às 14h24.
Última atualização em 12 de março de 2019 às 15h15.
Nova York - A fabricante de aviões Boeing atualizará o software de controle de voo das suas aeronaves modelo 737 MAX para "fazê-las ainda mais seguras" antes do mês de abril, prazo limite que a autoridade de aviação dos Estados Unidos (FAA, em inglês) previu para impor sua aplicação mediante uma legislação.
A Boeing publicou um comunicado por causa do seu avião 737 MAX 8 que caiu no domingo na Etiópia, no qual indica que começou a desenvolver uma melhoria do software junto à FAA após o acidente da Lion Air na Indonésia em outubro de 2018, que a aplicará na sua frota "nas próximas semanas" e estará concluída antes de abril.
O software "inclui atualizações à lei de controle de voos, às telas do piloto, os manuais operacionais e o treino da tripulação sobre o Sistema de Aumento de Caraterísticas de Manobras (MCAS)", e incorpora especificamente informações do ângulo "de ataque", afirma a empresa.
O ângulo de ataque de um avião é o ângulo formado pela asa com a direção do ar que incide sobre ela e é um parâmetro que influi na capacidade do avião de se manter no ar.
"A lei de controle de voo melhorado incorpora informações do ângulo de ataque, limita ordens de corte do estabilizador em resposta a uma leitura errônea do ângulo de ataque, e dá um limite à ordem de estabilização para reter a autoridade de elevação", explica a Boeing.
A fabricante radicada em Chicago (Illinois) diz estar trabalhando "lado a lado" com a FAA no desenvolvimento, planejamento e certificação da atualização do software, que será aplicada "na frota dos 737 MAX nas próximas semanas" e que além disso se baseia nas avaliações dos usuários.
"A FAA prevê exigir esta atualização de software mediante uma 'Direção de Aeronavegabilidade' em abril no mais tardar. Trabalhamos com a FAA no desenvolvimento desta melhoria de software", explica a empresa, que lembra que a autoridade americana "não ordenou nenhuma outra ação, por enquanto".
A Boeing, que na nota se refere sobretudo ao acidente indonésio e cita o etíope no último parágrafo, insiste que o modelo de aeronave em questão "é seguro, e foi projetado, construído e apoiado" pelos seus "capacitados funcionários, que fazem o seu trabalho com a maior integridade".
Além disso, explica que a lei de controle de voos MCAS, colocada a toda prova, foi implementada nos aviões para melhorar seu uso e sua tendência a se inclinar em ângulos de ataque elevados, e "não controla a aeronave em um voo normal, "mas melhora o comportamento do avião" em condições operativas "não normais".
A fabricante acrescenta que o manual de operações da tripulação do 737 MAX inclui um processo para tramitar "com segurança" o "caso pouco provável de chegarem dados errôneos de um sensor do ângulo de ataque", mas o piloto pode utilizar medidas eletrônicas ou manuais.
"Além disso, pode ser controlado usando o processo existente de estabilização que está reforçado no Boletim Manual de Operações apresentadas em 6 de novembro de 2018", aponta.
A Boeing expressou suas condolências às vítimas do voo da Ethiopian Airlines e lembrou que uma equipe técnica está no local do acidente para dar assistência sob a direção das autoridades etíopes e americanas.