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BNDES não vai vender participação na JBS, diz Rabello de Castro

Presidente do Banco disse que o potencial da empresa, caso haja profissionalização, é muito maior do que a precificação atual

JBS: presidente negou que o banco de fomento esteja planejando vender sua participação na JBS (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: presidente negou que o banco de fomento esteja planejando vender sua participação na JBS (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2018 às 15h36.

Última atualização em 20 de março de 2018 às 20h46.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, negou que o banco de fomento esteja planejando vender sua participação na JBS e afirmou que a empresa de proteína animal ainda está sub precificada no mercado devido à gestão pouco profissional.

Ele desmentiu rumores de que o banco poderia alienar parte ou toda a fatia na JBS.

"O banco não decidiu vender nem totalidade nem parte de sua posição na JBS, pelo contrário.", disse ele a jornalistas em evento na sede do banco.

Rabello de Castro disse que o potencial da empresa, caso haja profissionalização na gestão da companhia, é muito maior do que a precificação atual.

"Não poderíamos cogitar fazer qualquer tipo de alienação se nós achássemos que a falta de profissionalização no topo gera uma subprecificação e, portanto, queremos...que essa empresa tenha uma precificação mais adequada no futuro não muito distante", acrescentou o presidente do BNDES.

O BNDES detém cerca de 21 por cento de participação na JBS e no ano passado o banco foi alvo de uma operação da Polícia Federal sobre uma eventual facilitação de empréstimo à empresa de proteína animal. Desde então, o banco e a cúpula da empresa travam uma disputa para a escolha dos nomes para o alto escalão da companhia.

Mudanças na gestão do BNDES

O BNDES passou últimos dias por mudanças na diretoria. O diretor de planejamento, Carlos Costa, passará para a diretoria de indústria; já a diretoria de mercado de capitais passará a ser ocupada por Ricardo Ramos, que estava na área de comércio externo. Ele também cuidará da BNDESPar e desestatizações. A diretora Eliane Lustosa, que estava na área de mercado de capitais, assumiu a diretoria de planejamento. Já a diretora Claudia Prates, assumiu a nova pasta de originação e operações

Paulo Rabello de Castro também convidou José Bevilaqua, que estava no IBGE, para assumir a diretoria batizada de Ebndes (BNDES digital). "O banco fica preparado para responder com mais velocidade e mais eficiência a demanda por investimentos", disse Castro.

Segurança

O presidente do BNDES anunciou ainda que na próxima semana deve firmar um convênio com o gabinete de intervenção no Rio de Janeiro para fornecer estatísticas e também criar um modelo de equipamentos contratáveis e financiáveis pelo BNDES que pode agilizar e facilitar a tomada de empréstimo por parte de Estados interessados em financiamentos para a área de segurança.

Recentemente, o governo federal anunciou um plano de financiamento para área de segurança e prometeu disponibilizar cerca de 42 bilhões de reais em empréstimos a serem concedidos nos próximos cinco anos, em sua maioria, pelo banco de fomento.

"Vamos prestar apoio estatístico, prestar serviço de ordem orçamentária e estabelecer um referencial de preço para a compra de equipamentos como coletes, munição, viaturas e com esse referencial de preços, os demais Estados e municípios já terão um parâmetro", disse ele.

Paulo Rabello de Castro se filiou recentemente ao PSC, e, manifestou o desejo de ser pré candidato do partido à presidência da República. Nessa terça-feira, ao ser questionado se deixaria o banco em abril, prazo para a desvinculação de função pública, Castro afirmou que não tem pressa.

"A pressa que outros têm eu não tenho porque tenho a serenidade de ter uma missão a cumprir para qual já estou resignado", concluiu.

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