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BNDES e Caixa vão liberar US$ 4,5 bilhões para a Sete Brasil

Enquanto o BNDES deve liberar cerca de US$ 3 bilhões, a Caixa deverá emprestrar US$ 1,5 bilhão


	BNDES: o financiamento liderado pelo banco é bastante complexo e exige uma documentação que envolve até mesmo outros países
 (Divulgacao)

BNDES: o financiamento liderado pelo banco é bastante complexo e exige uma documentação que envolve até mesmo outros países (Divulgacao)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 09h53.

Brasília - A operação de socorro à Sete Brasil, uma das principais fornecedoras da Petrobrás, será capitaneada pelo BNDES, que deve liberar cerca de US$ 3 bilhões, mas contará também com a participação da Caixa Econômica Federal por meio de um empréstimo de US$ 1,5 bilhão, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

O financiamento servirá para a construção de oito sondas e terá, ainda, a participação do UK Export Finance, banco inglês que financia exportações locais a outros países. O UK deve entrar com uma quantia menor, em torno de US$ 200 milhões.

A Caixa entrará nesse financiamento por ter conseguido os recursos em uma captação externa no ano passado.

O banco estatal também renegociou um empréstimo-ponte que fez à Sete Brasil, em torno de R$ 400 milhões, estendendo o prazo de financiamento à fornecedora da Petrobrás.

A engenharia financeira para salvar a Sete Brasil inclui outro empréstimo-ponte, que está sendo liderado pelo Banco do Brasil (BB), de R$ 800 milhões. Isso serviria para resolver os problemas imediatos de caixa da empresa.

No entanto, esse último empréstimo depende da aprovação do financiamento de longo prazo pelo BNDES e os outros dois bancos. Isso porque essa operação maior servirá como garantia do empréstimo-ponte.

Não está certo ainda se o BB vai liderar um consórcio com outras instituições ou se liberará o valor total do empréstimo. A reportagem apurou com fontes a par das negociações que, com essa garantia, o empréstimo-ponte passa a ser atraente para outros bancos.

Exigências

A questão é que o financiamento liderado pelo BNDES é bastante complexo e exige uma documentação que envolve até mesmo outros países.

Mesmo que a Petrobrás não tivesse envolvida em um escândalo de corrupção, a Sete Brasil provavelmente teria problemas em fechar as contas por causa da atual conjuntura de queda no preço do petróleo, avaliam fontes.

A operação estava pronta para sair há duas semanas, mas empecilhos burocráticos tem travado a conclusão.

No governo, é forte a pressão para tirar do papel essa operação de socorro, o que evitaria um agravamento ainda maior da crise da indústria naval, com impacto em toda a cadeia produtiva e na geração de empregos.

A Sete Brasil enfrenta dificuldades para conseguir recursos a saldar as dívidas de curto prazo.

A única fonte de recursos da empresa hoje são os aportes dos acionistas - são sócios Bradesco, BTG Pactual, Santander, fundos de pensão de estatais, FI-FGTS e Petrobrás. Mas os acionistas já comprometeram muitos recursos na empresa.

A solução financeira capitaneada pelos bancos públicos será a última chefiada pelos atuais presidentes das instituições e foi acertada diretamente com a presidente Dilma Rousseff, que se reuniu no mês passado com Luciano Coutinho (BNDES) e Aldemir Bendine (BB).

A saída dos dois, e de Jorge Hereda, atualmente na Caixa, deve ocorrer ainda neste mês, logo após a "solução Sete Brasil", como a operação foi apelidada nos corredores dos bancos públicos em Brasília.

De acordo com fontes que participaram da modelagem do empréstimo que será liberado à Sete Brasil, a operação é considerada estratégica também do ponto de vista político.

Isso porque o governo Dilma vai sinalizar que, apesar dos diversos problemas policiais envolvendo empresas ligadas à Petrobrás, o setor de petróleo e gás "não pode parar", porque tem grande importância na atividade econômica, devido aos planos de investimentos do setor e também ao grande contingente de trabalhadores ligados às empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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