Bagaço da cana: processo de produção do biocombustível de segunda geração ocorre pela quebra das cadeias de celulose da biomassa (USP-São Carlos)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2013 às 17h56.
São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quinta-feira que aprovou financiamento de 207,7 milhões de reais para a Raízen construir uma unidade de produção de etanol de segunda geração, cuja matéria-prima é a biomassa da cana-de-açúcar e não o tradicional caldo da cana.
A Raízen, joint venture da Cosan e da Shell no setor sucroenergético, construirá a unidade industrial integrada à Usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). A capacidade anual do projeto é de 40 milhões de litros, segundo comunicado da instituição.
Anteriormente, a Raízen, maior produtora individual de açúcar e etanol do Brasil, afirmou que pretende investir 2 bilhões de reais na construção de unidades de etanol segunda geração.
Até 2024, a empresa planeja construir oito unidades desse tipo de combustível.
"Será o primeiro projeto no mundo que utilizará tecnologias para conversão do bagaço e da palha da cana em escala industrial totalmente integradas ao processo de etanol convencional, obtido a partir do caldo da cana-de-açúcar (primeira geração)", afirmou o BNDES.
O processo de produção do biocombustível de segunda geração, feito ainda em pequena escala no mundo, ocorre pela quebra das cadeias de celulose da biomassa, por meio de enzimas, ao contrário do etanol de primeira geração, que utiliza açúcares extraídos da cana.
O empreendimento será realizado em um prazo de dois anos a partir do segundo semestre de 2013, e os recursos serão desembolsados por meio do BNDES PSI Projetos Transformadores e da linha Investimentos Sociais, segundo o banco.
"O projeto apoiado pelo BNDES possibilitará maior produtividade por hectare de cana plantado, contribuindo para a redução da necessidade de expansão da área agrícola para a produção de biocombustíveis", disse a instituição.
Além do financiamento à Raízen, o BNDES já aprovou financiamento de outros quatro projetos destinados ao desenvolvimento do etanol de segunda geração, no valor total de 991 milhões de reais.