BM&FBovespa: a BM&FBovespa anunciou em abril passado a compra da Cetip, em negócio avaliado em cerca de 12 bilhões de reais (Dado Galdieri/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 16h57.
Rio de Janeiro - O presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse nesta quinta-feira ser possível concluir em até 60 dias as tratativas com órgãos reguladores brasileiros para viabilizar a fusão com a Cetip.
Os comentários foram feitos à margem de reunião fechada de representantes da bolsa, da Cetip, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre o assunto na capital fluminense.
A bolsa pediu recentemente extensão por 60 dias do prazo para análise da operação, para 24 de abril. Na semana passada, o diretor financeiro da BM&FBovespa, Daniel Sonder, disse que o caso poderia consumidor 30 dias além do prazo estendido.
Para Edemir Pinto, as conversas estão avançadas e é possível que o negócio seja aprovado por Cade e CVM antes do prazo. "Nossa expectativa é que antes dos 60 dias tanto Cade e CVM possam se manifestar favoravelmente à fusão", disse à Reuters.
De acordo com Edemir, "há uma discussão sobre os remédios para essa operação. Uma em relação a preços e outra em relação à acesso. Estamos tranquilos. Já entregamos informações e estamos adicionando mais informações com referências internacionais."
A BM&FBovespa anunciou em abril passado a compra da Cetip, em negócio avaliado em cerca de 12 bilhões de reais.
Em outubro, o Cade classificou o caso como complexo, pouco antes de sua superintendência-geral sugerir "remédios" para solucionar problemas concorrenciais.
Segundo o executivo, reuniões como a desta quinta-feira vêm acontecendo desde o ano passado periodicamente, e as tratativas estão na fase de definição dos "melhores remédios" para serem administrados quanto ao ato de concentração.
Ele afirmou que uma das preocupações do Cade com a operação é relacionada à concorrência no mercado de ações. Nesse sentido, explicou que podem ser criadas bases e condições para que se permita no futuro a eventual entrada de um concorrente.
"A posição do Cade, como um órgão de concorrência, é mais preventiva... O caminho para o futuro tem que estar pavimentado", disse, avaliando que o mercado local ainda não tem escala para se ter concorrência ou competição.
"O Brasil esta em outro patamar em volume. Acho pouco provável alguém vir para cá", reforçou Edemir.