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BlackRock se sai melhor que Pimco ao vender títulos da OGX

Enquanto a Pimco continuou a adquirir papéis da petroleira nos seis meses encerrados em março, a BlackRock reduziu seu investimento para US$ 69 milhões


	Aqueda dos títulos da OGX está justificando a decisão da BlackRock, enquanto os investidores se preparam para o que pode ser o maior default corporativo da história da América Latina
 (Shannon Stapleton/Reuters)

Aqueda dos títulos da OGX está justificando a decisão da BlackRock, enquanto os investidores se preparam para o que pode ser o maior default corporativo da história da América Latina (Shannon Stapleton/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 14h56.

Nova York – A decisão da BlackRock Inc. de vender cerca de 70 por cento de sua carteira em títulos da produtora de petróleo de Eike Batista ajudou a maior gestora de recursos do mundo a evitar as perdas sofridas pela Pacific Investment Management Co.

Enquanto a Pimco continuou a adquirir papéis da OGX nos seis meses encerrados em março, documentos mais recentes da BlackRock mostram que a gestora reduziu seu investimento para US$ 69 milhões.

O preço dos títulos da emissão de US$ 2,56 bilhões da OGX com vencimento em 2018 caiu para a mínima histórica de US$ 0,16, comparado com os US$ 0,776 do final de março e US$ 0,897 em setembro. Isso fez dos papéis os de pior desempenho entre os títulos corporativos em dólar de mercados emergentes.

A queda, desencadeada pela impossibilidade de Batista de cumprir seus compromissos de produção nos campos de águas profundas, que ele chama de "ativos de bonança", está justificando a decisão da BlackRock enquanto os investidores se preparam para o que pode ser o maior default corporativo da história da América Latina.

O Credit Suisse Group AG estima que a OGX, parte do império de Batista – cujo valor de mercado recuou US$ 38 bilhões nos últimos dois anos – poderia ficar com somente US$ 13 milhões de caixa para o final do ano.

A OGX anunciou neste mês que está considerando deter a produção do seu único campo ativo porque foi menor do que a esperada. A fortuna estimada de Batista diminuiu cerca de US$ 31 bilhões após chegar ao seu pico, segundo dados compilados pela Bloomberg.  

Reuniões com credores  

Os escritórios de advocacia americanos como o Cleary Gottlieb Steen Hamilton LLP e o Bingham McCutchen LLP anunciaram que se reuniram com os credores de Batista na semana passada para discutir as leis brasileiras de inadimplência.


Ontem, o Moody’s Investors Service cortou o rating da OGX dois níveis, ficando em Ca, 10 graus abaixo do grau de investimento, e manteve sua perspectiva negativa. Conforme a companhia de rating, as obrigações com Ca estão muito próximas do default.

Batista está procurando vender ativos e renegociar as dívidas acumuladas pelas suas seis companhias de capital aberto. Também visa atrair parceiros e injetar capital na OGX, segundo disse neste mês uma pessoa com conhecimento direto dos planos.

O Grupo BTG Pactual, o banco de investimento que assessora as companhias de Batista, está procurando potenciais sócios para os campos de petróleo, disse a pessoa, que solicitou não ser identificada porque as negociações são privadas.  

Aspecto positivo  

Henri Alexaline, que ajuda a supervisionar US$1 bilhão em ativos de renda fixa na FM Capital Partners Ltd., disse que a OGX poderia evitar o default caso algum investidor estrangeiro injete dinheiro e ajude a desenvolver os campos da companhia.

"O único aspecto positivo poderia vir com um investidor estrangeiro", disse Alexaline por e-mail em resposta a consultas. "Se houver um investidor âncora pronto para entrar na companhia e assumir a responsabilidade pelos atuais planos de desenvolvimento, certamente seria um fator positivo e a OGX poderia evitar ficar sem dinheiro e entrar em default".

As ações da OGX despencaram 88 por cento neste ano, o pior desempenho no índice Ibovespa.

Conforme um relatório da Barclays Plc de 1 de julho, a OGX poderia acabar o trimestre com aproximadamente US$ 150 milhões de caixa. A companhia prevê um pagamento de juros de US$ 45 milhões nos seus bônus em dólares com vencimento em 2022 em 1 de outubro e outro de US$ 109 milhões pelos títulos com vencimento em 2018 para dezembro.

"O risco de que a companhia seja liquidada é alto", disse Omar Zeolla, analista de crédito corporativo da Oppenheimer Co., em entrevista por telefone de Nova York. "Uma reestruturação de dívida economizaria US$ 300 milhões por ano em juros, mas eles precisam de mais dinheiro para operar e explorar seus ativos".

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