John Chen: "há um equilíbrio que deve ser respeitado entre fazer o que é correto e evitar que os governos cometam abusos sobre a privacidade" (Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2016 às 20h14.
O fabricante de telefone BlackBerry reconheceu indiretamente, nesta segunda-feira, que trabalhou com a Polícia Federal do Canadá no desmantelamento de uma organização da máfia de Montreal que usava seu sistema de mensagens.
A empresa insiste em que seu sistema de segurança é "impenetrável".
Em um blog, o diretor-geral John Chen reiterou a posição de longa data da companhia canadense de que "as empresas de tecnologia, como responsáveis, devem cumprir as solicitações de acesso (à informação) legais e razoáveis".
"Para a BlackBerry, há um equilíbrio que deve ser respeitado entre fazer o que é correto, como ajudar a deter os criminosos, e evitar que os governos cometam abusos sobre a privacidade dos cidadãos", disse Chen.
Na semana passada, citando documentos judiciais, os sites de notícias Vice News e Motherboard relataram que a BlackBerry teria ajudado a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) a espionar membros de um bando criminoso de Montreal suspeito de homicídio.
Segundo os documentos, a Polícia obteve a criptografia de chave dos celulares BlackBerry dos acusados. Com isso, foi possível acessar o conteúdo da troca de mensagens entre aparelhos de membros da organização mafiosa.
A investigação começou em 2010 e levou à acusação e à condenação de 32 pessoas por tráfico de drogas, extorsão, assalto e outros crimes.