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Biosev vende ativo à São Martinho por R$200 mi

A Biosev afirmou que a gestão de grandes usinas não estava alinhada com a estratégia da empresa


	Colheita de cana de açúcar: 1 milhão de toneladas de cana será  fornecido pela São Martinho para a Biosev por um ano

Colheita de cana de açúcar: 1 milhão de toneladas de cana será  fornecido pela São Martinho para a Biosev por um ano

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 20h13.

São Paulo - A Biosev, divisão de energia da Louis Dreyfus Commodities no Brasil, assinou acordo para venda de sua Usina São Carlos, em Jaboticabal, interior paulista, para a São Martinho, por 200 milhões de reais, informou a companhia nesta segunda-feira.

A operação inclui a venda da usina e ativos agrícolas, a área com cana no entorno da unidade, para a São Martinho.

O acordo prevê ainda o fornecimento de 1 milhão de toneladas de cana da São Martinho para a Biosev no primeiro ano da operação.

"É uma operação importante e peculiar. O objetivo da venda é melhorar a eficiência agroindustrial dos ativos que não estavam alinhados com a nossa estratégia, de manter grandes usinas", disse Christophe Akli, presidente da Biosev.

A Biosev é a segunda maior processadora individual de cana do mundo, atrás da Raízen, com capacidade anual de moagem de 40 milhões de toneladas.

A operação ainda depende de aprovação do órgão antitruste, o Cade, para ser concluída.


A unidade vendida para a São Martinho tem capacidade de moagem de 1,85 milhão de toneladas ao ano, contra a média de 3,5 milhões de toneladas das demais usinas da Biosev.

Segundo o executivo, a venda destes ativos é parte da estratégia da companhia, que busca operar com usinas de maior capacidade.

"Esta usina (São Carlos) estava presa entre três grandes concorrentes... Era um ativo com pouca chance de crescer", disse o executivo.

Com a operação, a meta da companhia é elevar o uso de sua capacidade total instalada a 83 por cento já no próximo ano-safra (2013/14). Em 2011/12, ciclo em que a disponibilidade de cana foi menor, a companhia conseguiu utilizar 70 por cento de sua capacidade.

"Como temos usinas no Nordeste, e nossas usinas podem moer até março, prefiro evitar fazer uma previsão agora... Este ano pode ficar em algum lugar entre estes dois percentuais", disse Akli.


ESTRATÉGIA

A Biosev nasceu em 2009, a partir da fusão da LDC Bioenergia, do grupo Louis Dreyfus Commodities, com a Santelisa Vale, uma das maiores companhias nacionais na produção e processamento de cana-de-açúcar.

Mas a Louis Dreyfus Commodities havia iniciado seu processo de expansão no setor sucroalcooleiro com a compra de uma usina em Leme, no interior paulista, em 2000. A partir daí, manteve o crescimento a partir de aquisições.

Atualmente, a Louis Dreyfus detém 65 por cento de participação na Biosev, e o restante está dividido entre as famílias Biagi e Junqueira, um fundo de investimento e bancos estruturados que mantinham empréstimos com o acionista anterior.

Ao todo, a Biosev tem 13 usinas espalhadas em cinco Estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

O executivo afirmou que no médio e longo prazos, a companhia deve procurar ter crescimento com ampliação ou aquisições de novas plantas. Por enquanto, a meta é o aumento do uso da capacidade instalada.


Com este objetivo em mente, a companhia vem investindo fortemente na recuperação dos canaviais em São Paulo, para elevar a oferta de cana disponível à moagem e diluir o custo operacional.

A São Martinho, listada na bolsa há cinco anos, prevê encerrar esta temporada com moagem de 14,5 milhões de toneladas, estável em relação ao ano anterior.

A companhia havia sinalizado, em encontro recente com analistas, que estava avaliando aquisições estratégicas com foco em sinergias nas áreas agrícola e administrativa.

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