Biosev: companhia disse ainda que atingiu um volume de moagem de 11,3 milhões de toneladas de cana no primeiro trimestre (Dado Galdieri/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 19h55.
Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 19h56.
São Paulo - A Biosev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, registrou prejuízo líquido de 506 milhões de reais no seu primeiro trimestre da safra 2018/19 (abril/maio/junho), ante prejuízo de 577 milhões no mesmo período da temporada passada, com o resultado financeiro pesando no desempenho diante do impacto negativo da variação cambial.
O resultado financeiro líquido no período foi negativo em 538 milhões de reais, o que se compara com uma despesa de 474 milhões de reais no mesmo período da temporada passada.
A empresa controlada pela trading de commodities global Louis Dreyfus indicou que o resultado poderia ter sido melhor não fosse a questão cambial.
"Excluindo-se o efeito da variação cambial, o resultado financeiro no trimestre foi uma despesa de 13 milhões de reais, representando uma redução de 94,9 por cento em relação ao mesmo período da safra anterior, explicado principalmente pela redução das despesas com juros e pelos ganhos com a liquidação e marcação a mercado dos derivativos", disse em seu balanço.
De acordo com a empresa, a receita líquida excluindo-se os efeitos contábeis (não caixa) do hedge accounting da dívida em moeda estrangeira (HACC) atingiu 1,9 bilhão de reais, uma redução de 2 por cento.
"Essa performance decorre principalmente dos menores volumes e preços de açúcar, sendo que os volumes foram impactados pelos efeitos da greve dos caminhoneiros ocorrida entre os meses de maio e junho e pela estratégia da companhia de carregar estoques do produto", afirmou.
Segundo a Biosev, esses efeitos foram parcialmente compensados pelos maiores volumes de etanol, de energia e de performance de exportação de commodities executado no período.
A companhia disse ainda que atingiu um volume de moagem de 11,3 milhões de toneladas de cana no primeiro trimestre da safra 2018/19, alta de 17,1 por cento ante o mesmo trimestre da safra anterior.
"O maior volume de moagem é resultado principalmente dos aumentos de 29,7 por cento na área colhida e de 12,7 por cento no processamento de cana de terceiros", afirmou.
A companhia observou também queda de 5,1 por cento na produtividade dos canaviais medida pelo TCH, afetada principalmente pelo menor nível de chuvas de janeiro a março.