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Bilionários apoiam unidade de energia desmembrada da Alphabet

O armazenamento da eletricidade produzida por fontes intermitentes está se tornando uma ferramenta fundamental para reduzir as emissões de carbono

O sistema de Malta pode ficar localizado praticamente em qualquer lugar, inclusive perto de conjuntos de painéis de solares e turbinas eólicas (Germano Lüders/Exame)

O sistema de Malta pode ficar localizado praticamente em qualquer lugar, inclusive perto de conjuntos de painéis de solares e turbinas eólicas (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 25 de dezembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 25 de dezembro de 2018 às 06h00.

O laboratório secreto de inovações da Alphabet, X, está desmembrando um projeto de armazenamento de energia com o apoio de bilionários como Jeff Bezos e Bill Gates.

A Malta, a nova empresa independente, levantou US$ 26 milhões em financiamento liderado pela Breakthrough Energy Ventures, um fundo com investidores como Bezos, Masayoshi Son e Ray Dalio. Michael Bloomberg, acionista majoritário da Bloomberg LP, a empresa controladora da Bloomberg News, também investe na Breakthrough, e Gates é presidente do conselho.

Entre os demais financiadores da Malta estão a Concord New Energy Group, com sede em Hong Kong, uma produtora de energia eólica e solar, e a Alfa Laval, uma empresa industrial sueca, informou o X nesta quarta-feira.

O dinheiro ajudará a Malta a desenvolver ainda mais um sistema que utiliza grandes tanques de sal fundido e líquido refrigerante para armazenar eletricidade gerada por fontes variáveis, como a solar e a eólica. A startup provavelmente precisará de recursos adicionais para construir uma instalação completa, segundo a CEO Ramya Swaminathan.

“O desafio que estabelecemos para nós é entrar na era da armazenagem com a próxima geração de tecnologias”, disse Swaminathan, que antes dirigia a Rye Development, uma produtora de projetos de energias renováveis com sede em Boston.

O armazenamento da eletricidade produzida por fontes intermitentes está se tornando uma ferramenta fundamental para reduzir as emissões de carbono e combater o aquecimento global. A Califórnia quer que toda a sua eletricidade seja proveniente de fontes que não emitem carbono até 2045. Até 30 por cento da energia solar do estado é desperdiçada em certos horários do dia, e a falta de opções de armazenamento tem grande parte da culpa.

O sistema de Malta pode ficar localizado praticamente em qualquer lugar, inclusive perto de conjuntos de painéis de solares e turbinas eólicas, e tem potencial para durar mais do que as baterias de íons de lítio, disse Swaminathan. A empresa consideraria a China um dos possíveis lugares para instalar um projeto-piloto, acrescentou.

Os desenvolvedores de sistemas de energia solar já tentaram utilizar sal fundido de outras maneiras para armazenar eletricidade excedente, mas a aplicação em escala total continua sendo limitada. A SaltX Technology Holding desenvolveu um sistema de aquecimento e resfriamento à base de sal.

O laboratório X da Alphabet antes abrigava todos os experimentos independentes do Google, incubando projetos que pareciam ficção científica, como carros autônomos, drones de entrega e o computador wearable Google Glass. Desde 2015, com a criação da Alphabet, o laboratório reduziu os orçamentos dos projetos e limitou parte de suas ambições.

Atualmente o X desenvolve projetos que tenham dois objetivos principais: tornar-se uma divisão autônoma da Alphabet ou transformar-se em uma empresa independente. Entre as demais opções estão fechar ou passar a integrar o Google. A Alphabet antes tinha planos muito maiores para o setor de energia, mas os reduziu para dar preferência a iniciativas menores dentro do X, como a Malta. Um projeto de energia geotérmica chamado Dandelion virou uma startup independente em 2017.

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