Injustiça: príncipe afirma que teria US$ 29,6 bilhões e não US$ 20 bilhões, como divulgou a Forbes (Jasper Juinen/Getty Images)
Tatiana Vaz
Publicado em 5 de março de 2013 às 18h36.
São Paulo - Qual a vantagem de ter bilhões de dólares no bolso se ninguém sabe disso? Pois parece ter sido essa a pergunta que levou o príncipe saudita Alwaleed Bin Talal a acusar a revista Forbes de subestimar sua riqueza e não incluí-lo entre os dez mais ricos do mundo, no ranking divulgado ontem.
Na lista de bilionários deste ano, a Forbes aponta que o príncipe teria uma fortuna estimada em 20 bilhões de dólares, o que o deixou na 26ª colocação entre as pessoas mais ricas do mundo. Mas, segundo divulgou o próprio príncipe hoje, o valor correto de seu patrimônio seria 29,6 bilhões de dólares – riqueza suficiente para deixa-lo em nono lugar no ranking.
No topo da lista, pelo quarto ano consecutivo, está o mexicano Carlos Slim, com uma fortuna de 73 bilhões de dólares. Entre os bilionários brasileiros, Jorge Paulo Lemann é o primeiro colocado, com um patrimônio de 17,8 bilhões de dólares – no mundo, o empresário fica em 33º lugar. A lista completa conta com 46 brasileiros.
Falsa e imprecisa
Segundo comunicado emitido pelo escritório de Bin Talal, a revista usou métodos de avaliação deficientes "criados para prejudicar" os investidores do Oriente Médio. Seus representantes disseram ainda que a revista não quis aceitar avaliações das ações listadas na Tadawul, a Bolsa de Valores da Arábia Saudita, mesmo tendo aceitado avaliações de outros mercados emergentes como a Bolsa de Valores Mexicana.
De acordo com o escritório do príncipe saudita, a Forbes aplicou "padrões diferentes para indivíduos diferentes" e por isso fez uma avaliação falsa e imprecisa sobre as pessoas que seriam as mais ricas do mundo.
O escritório de Bin Talal afirmou ainda que pediu à revista para retirar o príncipe da lista dos mais bilionários do mundo e acrescentou que cortou todas as relações com a Forbes, interrompendo a cooperação com as equipes de avaliação.
Shadi Sanbar, CFO da Kingdom Holding, que pertence ao bilionário saudita, explicou: "Temos trabalhado muito abertamente com a equipe da Forbes ao longo dos anos e apontamos alguns problemas de metodologia em várias ocasiões. No entanto, após vários anos de nossos esforços para corrigir os erros, decidimos que a Forbes não tem a intenção de melhorar a precisão da sua avaliação sobre nossa participação".