A sexta-feira será mais uma bela oportunidade para um exercício de auto-flagelação curioso: contar os bilhões alheios. No caso, os bilhões dos dois homens mais ricos do mundo: Bill Gates, fundador da empresa de tecnologia Microsoft, e Jeff Bezos, da varejista online Amazon.

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Ontem, pela primeira vez, Bezos passou Gates por algumas horas, tornando-se o mais rico do planeta. A mudança foi provocada por uma alta nas ações da Amazon no início do pregão americano, o que levou a fortuna de Bezos, dono de 17% da companhia, para mais de 90 bilhões de dólares. Mas a Amazon acabou caindo no início da tarde, o que fez Bezos fechar o dia com 88,7 bilhões de dólares, ante os 89,8 bilhões de Gates.

O resultado foi impactado pela divulgação do balanço trimestral da Amazon, que revelou uma queda de 77% no lucro, para 197 milhões de dólares. O desempenho foi impactado por um aumento de 29,1 para 37,3 bilhões de dólares nas despesas operacionais. A Amazon tem dois desafios principais pela frente. O primeiro é mostrar que seu recente investimento na rede de supermercado Whole Foods faz sentido. O segundo é manter o ritmo de crescimento do serviço de computação na nuvem, o AWS, apesar da crescente competição da… Microsoft, de Bill Gates.

Seja como for, a ascensão de Bezos, e da Amazon, é um fenômeno. As ações da companhia subiram 40% no ano, coroando uma alta espetacular desde a abertura de capital, em 1997. Quem investiu 100 dólares na Amazon na época tem hoje 70.000 dólares. A maior fortaleza da companhia é sua dominância no varejo online. Hoje, há mais americanos assinando o programa mensal da Amazon, o Prime, do que indo à igreja, ou consumindo fast food. A fortuna, e o poder de Bezos, vão continuar aumentando.