Negócios

Bertin antecipa pagamento da outorga do Rodoanel

Em fevereiro o grupo havia feito a opção por postergar o pagamento em um mês

Trecho Sul do Rodoanel: o Grupo Bertin utilizou capital próprio e a primeira parte do financiamento estruturado em operação de project finance por um pool de bancos (Mário Rodrigues/Veja SP/Reprodução)

Trecho Sul do Rodoanel: o Grupo Bertin utilizou capital próprio e a primeira parte do financiamento estruturado em operação de project finance por um pool de bancos (Mário Rodrigues/Veja SP/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 17h01.

São Paulo - O Grupo Bertin pagou hoje (2/3) a outorga de 389 milhões de reais, incluindo correções, relacionada à construção do trecho leste e à operação do trecho sul do Rodoanel. No dia oito de fevereiro, a empresa havia postergado em um mês o pagamento – essa possibilidade de extensão de prazo era prevista em contrato. O novo vencimento era na próxima semana.

Além de pagar a outorga, a empresa garantiu os recursos de capital próprio para o primeiro ano do trecho Leste do Rodoanel. Como parte desta fase de implantação, também foram emitidas apólices de seguro-garantia de cerca de 410 milhões de reais, por intermédio do consórcio das seguradoras Chubb, Zurich e Liberty.

O Grupo Bertin utilizou capital próprio e a primeira parte do financiamento estruturado em operação de project finance por um pool de bancos para fazer frente a estas operações. No mercado, especulava-se que o grupo havia postergado o pagamento da outorga por falta de dinheiro.

Estas iniciativas deixam o Grupo Bertin em condições de firmar oficialmente o contrato para a construção do trecho Leste e para assumir a  gestão do trecho Sul do Rodoanel, o que deve ocorrer já na próxima semana. As atividades começam imediatamente, segundo o Bertin.

Histórico

A concessão foi arrematada pelo grupo em 4 de novembro de 2010 e ela exige, além da outorga, investimentos de 5 bilhões de reais, sendo 4 bilhões de reais apenas na construção do trecho Leste, que terá 43,5 quilômetros - o trecho Sul, de 61,4 quilômetros, já está operando. A elevada necessidade de investimento do trecho Leste fez com que a outorga tivesse um valor mais baixo.

O consórcio SPMar (formado pelas empresas Contern e Cibe, ambas do Grupo Bertin) apresentou  deságio de 63,35% sobre o valor-teto estipulado pelo governo. Os valores de pedágio ficaram em 2,1991 reais para o trecho Sul do Rodoanel e de 1,6493 real para o Leste do Rodoanel, segundo a Artesp. O edital determina que a obra deve ser entregue no prazo de 36 meses a partir da assinatura do contrato, e os outros investimentos devem ser feitos ao longo do contrato de concessão. Uma vez terminada a obra, o grupo assume os dois trechos, somando 105 quilômetros, por um prazo de 35 anos.

Energia

Em fevereiro, a Gaia, braço de energia do grupo, saiu do consórcio Norte Energia, responsável pela construção da Usina de Belo Monte, para focar na construção das sete termelétricas que faltam ser entregues, do pacote de nove usinas que a empresa conquistou em leilão em 2008. O Bertin continua no consórcio Norte Energia por meio de outra subsidiária, a Contern Construtora, que atuará nas obras da hidrelétrica.

Segundo o mercado, a Gaia vinha encontrando dificuldades para aportar as garantias exigidas para a sua participação no empreendimento - algo próximo a 2 bilhões de reais. Na época, o grupo negou que o consórcio tivesse cobrado garantias, e que sua saída se relacionasse à falta de capacidade de apresentá-las.

 

Acompanhe tudo sobre:EstradasInfraestruturaSetor de transporteTransportes

Mais de Negócios

21 franquias baratas que custam menos que um carro popular usado

Startup quer trazer internet mais rápida e barata para empresas

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980