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Berlim busca conversas discretas com EUA sobre Deutsche Bank

Até agora, autoridades alemãs vinham minimizado seu papel no impasse, dizendo que cabe ao Deutsche buscar um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA


	Deutsche Bank: uma autoridade sênior do governo disse que houve contatos "em todos os níveis" entre autoridades alemãs e americanas
 (Daniel Roland/AFP)

Deutsche Bank: uma autoridade sênior do governo disse que houve contatos "em todos os níveis" entre autoridades alemãs e americanas (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 18h40.

Berlim - O governo alemão está buscando conversas discretas com autoridades dos Estados Unidos para ajudar o Deutsche Bank a garantir um acordo tranquilo sobre a venda de título tóxicos, disseram fontes em Berlim.

Até agora, autoridades alemãs vinham minimizado seu papel no impasse, dizendo que cabe ao Deutsche buscar um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, que está exigindo até 14 bilhões de dólares para encerrar as acusações de venda enganosa de títulos lastreados em hipotecas antes da crise financeira.

No entanto, autoridades em Berlim, falando na condição de anonimato, disseram à Reuters que esperam facilitar um acordo rápido que daria tempo ao Deutsche Bank para se recobrar.

Uma autoridade sênior do governo disse à Reuters que houve contatos "em todos os níveis" entre autoridades alemãs e norte-americanas.

Outra fonte disse que o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, não planeja se encontrar com autoridades do Departamento de Justiça dos EUA durante viagem a Washington esta semana para reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas acrescentou: "Você pode ter conversas. Não precisa ser o ministro."

O Deutsche foi envolvido em uma crise desde que foi noticiada no mês passado a demanda de 14 bilhões de dólares. O banco está discutindo o valor, mas pode precisar recorrer a investidores por mais recursos financeiros caso a multa seja imposta completamente.

A solução da crise por meio de um acordo de menor valor é crucial para a chanceler Angela Merkel, que enfrenta uma eleição federal no próximo ano.

Poderia ser um veneno político se seu governo resgatar um banco que entrou em dificuldade por especular. Ao mesmo tempo, autoridades reconhecem que o maior banco da Alemanha, que emprega cerca de 100 mil pessoas, não pode quebrar.

A esperança em Berlim é que um acordo de curto prazo bem abaixo dos 14 bilhões de dólares vai reduzir a pressão sobre o Deutsche Bank.

A primeira autoridade disse que a solução ideal para a Alemanha no longo prazo seria uma fusão entre o Deutsche e seu concorrente doméstico menor Commerzbank, ainda que seja melhor esperar vários anos até que os dois bancos estejam prontos antes de selar um acordo.

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