Boris Berezovski (C): ele acusa Abramovich de tê-lo obrigado a vender suas ações no grupo petroleiro russo Sibneft por um valor muito inferior ao real (Andrew Cowie/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 15h16.
Londres - A acusação do empresário e opositor russo Boris Berezovski foi indeferida nesta sexta-feira no julgamento que o opunha ao seu ex-sócio, o multimilionário Roman Abramovich, de quem exigia mais de 5 bilhões de dólares (4 bilhões de euros) por perdas e danos.
O veredicto de um juiz londrino se referia às condições de venda da petroleira Sibneft em 2001, vendida por Berezovski ao seu ex-sócio Abramovitch.
Berezovski, de 66 anos, opositor declarado do Kremlin e exilado desde 2000 na capital britânica, acusa Abramovich de tê-lo obrigado, mediante "ameaças e intimidações", a vender suas ações no grupo petroleiro russo Sibneft por 1,3 bilhão de dólares, uma fração de seu valor real.
Berezovski, cuja fortuna está estimada atualmente em 500 milhões de libras, contra os 10,8 bilhões de Abramovich, afirma que ele disse que o Kremlin as expropriaria se não as vendesse.
No entanto, durante o litígio, Abramovitch declarou que Berezovski nunca teve ações da empresa Sibneft, e que o valor de 1,3 bilhão de dólares que este último recebeu em 2001 foi um gesto de "reconhecimento por sua ajuda política e proteção" durante a criação da empresa.
Abramovich, também conhecido por ser o proprietário do clube de futebol inglês Chelsea, vendeu a Sibneft à empresa estatal Gazprom por 13 bilhões de dólares em 2005.
Próximo ao ex-presidente russo Boris Yeltsin, Berezovski fez fortuna durante as polêmicas privatizações dos anos 1990. Caído posteriormente em desgraça, foi condenado várias vezes pela justiça russa.