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Conheça a BeGreen, rede de fazendas urbanas citada na COP27

Modelo de cultivo adotado pela companhia se vale de shoppings centers e é 28 vezes mais eficiente que o convencional

Plantação de hortaliças da BeGreen que usa técnicas de hidroponia e luzes de LED (Vinicius Consoline/Divulgação)

Plantação de hortaliças da BeGreen que usa técnicas de hidroponia e luzes de LED (Vinicius Consoline/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 07h30.

Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 07h36.

Graças à tecnologia, nem todo fazendeiro precisa se distanciar das grandes cidades ou tomar sol na cabeça do raiar ao fim do dia para produzir. Os que trabalham nas fazendas urbanas, por exemplo, podem adotar o mesmo estilo de vida de profissionais de outras áreas. 

Os funcionários da BeGreen, a maior rede de fazendas urbanas da América Latina, têm mais chances de ir ao cinema depois do expediente do que muito arquiteto ou publicitário. A companhia resolveu cultivar suas hortaliças dentro de shoppings centers. 

Citada em um dos painéis da COP-27, o encontro das nações pelo clima, que ocorreu no Egito em novembro, a BeGreen mantém unidades produtivas em Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro, Campinas (SP), Goiânia (GO), Salvador (BA) e São Paulo. Todos pertencem à Aliansce Sonae, parceira estratégica da agtech. A startup, fundada em 2017, também marca presença na sede do Ifood, em Osasco (SP), e na fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

BeGreen Fazendas Urbanas

No QG do gigante do delivery, ocupa o sétimo andar. Em 950 metros quadrados, cultiva 1,7 tonelada de alimentos por mês, entre hortaliças, frutas e legumes. A iniciativa contribui com a alimentação de 3 mil famílias cadastradas no Banco de Alimentos de Osasco. Na fábrica da Mercedes-Benz, a BeGreen produz cerca de 2,5 toneladas de verduras que são consumidas pelos funcionários da montadora.

Usando tecnologia, a startup produz hortaliças de maneira mais sustentável e com 28 vezes mais eficiência que as fazendas convencionais. Com sementes selecionadas, as plantas são cultivadas por meio da técnica de hidroponia — as raízes se desenvolvem na água e com a ajuda de soluções com direito a nutrientes naturais.

Os volumes de água e de nutrientes injetados nos canais das plantações são controlados de forma automatizada, assim como o sistema de climatização das estufas. Tudo isso favorece a qualidade do ar e garante que as mudas estejam sempre expostas à temperatura e à quantidade de luz ideais. O processo adotado também diminui os riscos de contaminação e interferências, comuns em caso de mudanças bruscas de temperatura.

Quais as vantagens da BeGreen?

Outros diferenciais das hortaliças da BeGreen é que a produção é  livre de agrotóxicos e consome um volume de água 90% menor do que as convencionais. Mais: deixam uma pegada de carbono bem menor. Isso se deve à proximidade entre as unidades produtivas da agtech e os consumidores (a companhia vende por meio de assinaturas). A eficiência logística faz com que só 2% da produção sejam perdidos durante o transporte —normalmente são 40%.

“Em vinte anos, a sustentabilidade deixou o aspecto de ONG, de assunto periférico, para se tornar um tema central dentro e fora dos governos”, diz Giuliano Bittencourt, fundador e CEO da BeGreen. “Conseguimos mostrar que negócios sustentáveis geram riqueza, e assim trouxemos o assunto para o centro das discussões”.

Segundo ele, a pandemia acelerou a conscientização da sociedade. “Hoje as pessoas têm a percepção de que assim como um vírus surgido lá na China pode se espalhar por todo o mundo, o aumento de lixo ou da emissão de CO2 em um único país também pode causar um impacto global”. 

Desde a fundação, há cinco anos, a agtech doou mais de 100 toneladas de hortaliças para bancos de alimentos e comunidades carentes. Para convencer mais gente a aderir à alimentação saudável (e a hábitos menos nocivos ao meio ambiente), a companhia abre as portas de suas estufas para visitas de escolas e interessados em geral. 

Na saída, os alunos ganham um pequeno buquê de folhas. Reza a lenda que o pé de alface recebido por uma das crianças chegou em casa só com as raízes —todo o resto foi devorado durante o caminho. 

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