Palladino, ex-presidente do Panamericano: No mês de julho de 2010, o Banco Central já investigava uma diferença de R$ 4 bilhões na contabilização das carteiras de crédito (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 07h08.
São Paulo - Técnicos do Banco Central já tinham indícios de irregularidades no Panamericano, mas, mesmo assim, a instituição aprovou a venda de parte do Banco de Silvio Santos para a Caixa Econômica Federal, afirma reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira. Segundo um depoimento para a Polícia Federal do vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, em setembro de 2011, a autorização permitiu que a Caixa depositasse a segunda parcela do pagamento do negócio, de R$ 232 milhões.
Segundo documentos internos do BC citados no texto do jornal, os inspetores já desconfiavam do banco no mês de maio. Dois meses depois, técnicos do Banco Central investigavam uma diferença de R$ 4 bilhões na contabilização das carteiras de crédito cedidas para outras instituições financeiras, de acordo com Estado. Somente em setembro de 2010, a instituição confirmou que havia um rombo estimado em R$ 2,5 bilhões no Panamericano, comunicando o problema ao empresário Silvio Santos.
Quando o escândalo estourou, em novembro, o Banco Central disse que havia autorizado a venda para a Caixa no mesmo mês. Na época, o Panamericano destituiu a diretoria, substituindo os executivos por pessoas indicadas pela Caixa. No entanto, de acordo com fato relevante enviado à CVM, o BC já havia aprovado a venda do banco em 19 julho daquele ano. A publicação da decisão no Diário Oficial demorou quase quatro meses.
Em janeiro de 2011, foi descoberto que o rombo do Panamericano era maior: R$ 4,3 milhões. Segundo o jornal, no entanto, o Banco Central já sabia da dimensão da fraude mais de seis meses antes.