Banco do Brasil: o banco quer agilizar liberação de empréstimos para grandes projetos de infraestrutura envolvendo ou não o BNDES (WIKIMEDIA COMMONS)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 18h00.
São Paulo - A infraestrutura deve ser o carro-chefe do crescimento da carteira de crédito do Banco do Brasil em 2013, disse nesta segunda-feira à Reuters o vice-presidente de Atacado, Negócios Internacionais e Mercado de Capitais da instituição, Paulo Rogério Caffarelli.
"Queremos aumentar a participação de infraestrutura na nossa carteira total de empréstimos", disse Caffarelli, adicionando que no final de 2012 a carteira de atacado representava cerca de 46 por cento dos financiamentos totais do banco. "Logo, ela poderá representar mais de metade da carteira".
Segundo o executivo, o banco montou uma força-tarefa interna para agilizar a liberação de empréstimos destinados para grandes projetos, sejam os que envolverem recursos próprios do banco ou os repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os setores que devem receber a maior parte dos recursos são os de rodovias, óleo e gás (incluindo estaleiros) e mineração.
Em setembro de 2012, último dado público do banco, a carteira de capital de giro do BB estava em 132,4 bilhões de reais, enquanto a de investimentos somava 39,8 bilhões de reais, com expansão de 25 por cento e 11,2 por cento, respectivamente.
O executivo evitou falar em projeções porque o banco está em período de silêncio, já que divulgará seus resultados do quarto trimestre no próximo dia 21.
O movimento acontece quase um ano após o BB, junto com a Caixa Econômica Federal, ter atendido a orientação do governo federal para os bancos estatais ampliarem o crédito ao consumo, como meio de evitar uma desaceleração ainda maior da economia.
Operando numa velocidade muito maior que os concorrentes privados, que preferiram a moderação diante de um cenário de aumento da inadimplência, BB e Caixa viram suas fatias de mercado no crédito aumentarem em 2012.
Agora, a meta do BB é canalizar o maior volume de concessões para infraestrutura. O movimento ocorre num momento de queda do investimento na economia, com a formação bruta de capital fixo tendo recuado por cinco trimestres até setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).