Tendo taxas competitivas devido a essas fontes de financiamento, o banco quer se sobressair em relação à concorrência (Fernando Lemos/VEJA Rio)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 19h04.
São Paulo - Disposto a ser o segundo maior ofertador de crédito imobiliário do país, o Banco do Brasil está deflagrando uma ofensiva com a qual pretende quintuplicar sua carteira no setor até 2014, segundo um diretor da instituição.
Para atingir a meta, o banco passou a ofertar empréstimos para famílias com renda mensal inferior a 5 mil reais. É uma novidade para o banco, que só entrou no setor em 2008 oferecendo empréstimos imobiliários apenas a clientes das chamadas classes A e B.
"Agora vamos atacar mais a base da pirâmide," disse à Reuters Gueitiro Matsuo Genso, no comando da recém-criada diretoria de Crédito Imobiliário do BB. Para ele, só entre correntistas de banco, a mudança cria um público potencial adicional de 50 milhões de pessoas.
De um lado, o banco está passando a concorrer diretamente com a Caixa Econômica Federal, a líder de financiamento habitacional do país, com três quartos de market share.
O exemplo mais nítido nesse sentido foi a entrada em janeiro no segmento de renda mais baixa dentro do programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), até então exclusividade da Caixa. O plano é fechar 40 mil nesta faixa já neste ano. "Já temos um volume de propostas suficiente para atingir nossa meta deste ano," disse Genso.
A meta de financiamentos do BB nas três faixas do MCMV é de 137 mil financiamentos neste ano, e 412 mil unidades até o fim de 2014, quando espera que sua carteira imobiliária total tenha subido dos atuais 8 bilhões para 40 bilhões de reais.
Além do MCMV, o BB passou a operar financiamento imobiliário com recursos do FGTS, alternativa também antes restrita apenas à Caixa. Em paralelo, passou a usar parte da chamada poupança rural também para financiar a compra da casa própria.
Tendo taxas competitivas devido a essas fontes de financiamento, o banco quer se sobressair em relação à concorrência e ter maior agilidade nas aprovações de propostas.
O banco vem costurando acordos com grandes construtoras e corretoras de imóveis que, espera, sejam as principais originadoras de negócios.
"Quando a proposta chegar à agência, já terá grande parte da documentação pronta," disse Genso, explicando que a meta é que as aprovações aconteçam num prazo de até oito dias úteis ou 12 corridos.
Além disso, o banco montou no centro da capital paulista uma estrutura que batizou como "Fábrica de financiamentos," que integra as soluções envolvidas no processo de aprovação de crédito.
Por último, o BB prepara uma campanha de massificação para as classes populares, incluindo 'feirões da casa própria', em modelo semelhante ao da Caixa, e propaganda na mídia.