Smartphone: abertura da nova conta pode ser feita pelo aplicativo do banco e não requer envio de documentos (Sean Gallup/Getty Images)
Luísa Melo
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 18h24.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 18h37.
São Paulo - A partir de sexta-feira (11), o Banco do Brasil lança no mercado uma conta que pode ser totalmente aberta e movimentada pelo celular e não requer o envio de nenhum documento, físico ou digitalizado.
Com a novidade, a empresa espera atrair principalmente clientes ainda não bancarizados, com renda de até 2.000 reais e que demandam serviços "mais simples".
Segundo o banco, cerca de 3,6 milhões de pessoas abrem contas em suas agências todo ano. A meta é que metade delas migre para o ambiente online no ano que vem.
A Conta Fácil BB, como é chamada, é uma conta de pagamentos, ou seja, suporta apenas operações básicas, como saques, depósitos, transferências, pagamentos, compras no débito e contratação de seguros.
A modalidade não dá acesso a produtos de crédito (como cartões, cheque especial e empréstimos pessoais) e investimentos (como poupança, CDB e fundos).
Também impõe um limite de movimentação (soma dos créditos recebidos no mês e o saldo) de 5.000 reais por mês.
Ela vem com duas opções: a sem tarifas e a Bônus, que custa 9,90 reais mensais, valor que pode ser convertido em crédito para celular pré-pago.
Basicamente, a diferença entre as duas é que a gratuita permite apenas uma retirada de extrato e um saque mensalmente, sem custos, enquanto a paga dá direito a dois extratos e quatro saques.
De acordo com o banco, dos 4.700 clientes que abriram uma Conta Fácil na etapa de testes, de 1º de novembro até 9 de novembro, 44% optaram pelo pacote de 9,90.
Para abrir a Conta Fácil BB, o consumidor precisa ter 18 anos. Ele deve selecionar a opção "quero abrir uma conta" no aplicativo no banco, preencher seus dados, cadastrar uma senha e escolher uma agência de relacionamento.
"Com cinco ou seis cliques ele já está apto a fazer movimentações", disse Geraldo Dezena, vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil.
A modalidade dá direito a um cartão de débito da bandeira Elo e também estará disponível para abertura nas agências.
O foco são os clientes com renda de até 4.000, mas especialmente aqueles com ganhos de até 2.000 reais.
Os consumidores de faixas mais altas (que demandam uma maior gama de produtos) que se cadastrarem na Conta Fácil serão convidados pelo banco a migrar para uma conta corrente com serviços completos.
A nova modalidade é diferente da antiga "conta digital" que o BB oferecia. Segundo o banco, a anterior era uma conta tradicional, mas oferecia um pacote de serviços online sem custo para movimentação, assim como opções disponíveis em concorrentes como Itaú e Bradesco.
"Não existe no Banco do Brasil a intenção de criar conta gratuita. Nossa estratégia é rentabilizar o relacionamento com o cliente", afirmou Raul Moreira, vice-presidente de varejo do BB.
Mais digital
Ainda nessa linha, o Banco do Brasil já transformou todas as agências do segmento Estilo (para correntistas com renda acima de 8.000 reais) em digitais.
As contas desses clientes continuam sendo tradicionais, mas eles têm benefícios como horário de atendimento estendido das 8 até as 22h e a comunicação com o gerente via mensagem instantânea e videoconferência.
Também já migrou 12 agências do Exclusivo (para quem ganha entre 4.000 reais e 8.000 reais) para escritórios digitais. Até o fim de 2017, serão 202.
De acordo com o banco, 1,3 milhão de consumidores dos dois segmentos já passaram a ser atendidos nesse formato online. O resultado da mudança foi que rentabilidade que eles proporcionam para a empresa subiu de 20% para 44%.
Isso acontece porque os custos ficam menores. Como o atendimento online leva 10% do tempo do convencional, um único gerente pode administrar mais contas.