São Paulo - Bradesco e Banco do Brasil consideram ter futuramente outro sócio na Cielo, disseram executivos dos dois bancos nesta segunda-feira.

"É possível que venhamos a ter, sim, outro sócio", afirmou o vice-presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, em teleconferência com jornalistas, ao dar detalhes sobre a operação anunciada na sexta-feira, em que BB e Bradesco compraram a fatia detida na Cielo pelo Santander.

O executivo disse ainda que, com o fim da exclusividade da Cielo como única rede adquirente dos cartões Visa, a partir de junho, os atuais sócios devem fortalecer seu foco no uso dos cartões como meio de pagamento e de bancarização, especialmente em clientes com menos acesso a serviços financeiros.

No mês passado, o Itaú Unibanco, sócio majoritário da Redecard, principal concorrente da Cielo, revelou que vai concentrar seus esforços de expansão nos financiamentos para baixa renda em cartões de crédito, após desativar as redes de financiamento ao consumo Taií e Fininvest.

A compra da fatia de 7,2 por cento do Santander na Cielo, por 1,46 bilhão de reais, anunciada na sexta-feira, implica que Bradesco e BB terão 28,65 por cento cada um no capital da companhia. Representantes dos bancos compradores afirmaram que vão pagar a operação com caixa próprio.

"Não são valores relevantes, vamos fazer com caixa mesmo", disse o vice-presidente do Bradesco, Arnaldo Alves Vieira, na teleconferência.

Visavale
Caffarelli admitiu ainda que a futura abertura de capital da VisaVale, empresa de cartões de benefícios cuja participação do Santander também foi vendida para Bradesco e BB, também está sendo considerada.

"Dentro de um processo de maturação, está sim, dentro do radar", afirmou.