Bayer: as ações da empresa tiveram forte queda desde o primeiro veredicto, de agosto de 2018 (Ina Fassbender/Reuters)
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 17h57.
A Bayer está prestes a enfrentar o quarto julgamento nos Estados Unidos por acusações de que seu herbicida Roundup causa câncer, com argumentos iniciais de quatro pacientes com a doença na cidade onde a subsidiária Monsanto foi fundada agendados para esta sexta-feira.
O processo representa o primeiro julgamento coletivo na disputa judicial sobre se o glifosato, substância ativa do Roundup, é cancerígeno, sendo também o primeiro julgamento a ocorrer fora da Califórnia.
O julgamento ocorre em St. Louis, onde ficava a sede da Monsanto antes de a Bayer adquirir a companhia em 2018, em um negócio de 63 bilhões de dólares.
Três júris consecutivos consideraram a empresa responsável por casos de câncer e determinaram indenizações de milhões de dólares a cada reclamante. A Bayer está recorrendo dos veredictos.
O mediador indicado judicialmente para os casos, Ken Feinberg, estimou o número de pessoas com processos ligados ao Roundup em mais de 75 mil, enquanto a Bayer aponta ter recebido menos de 50 mil intimações judiciais.
As ações da Bayer tiveram forte queda desde o primeiro veredicto, de agosto de 2018.
Mas os papéis subiram nesta sexta-feira, após reportagem da Bloomberg segundo a qual a companhia poderia chegar a um acordo extrajudicial com parte das pessoas que moveram ações, o que levaria a um pagamento total de cerca de 10 bilhões de dólares.
Operadores afirmam que o mercado aprova a ideia de que a empresa feche um acordo sobre os processos, embora alguns alertem que a perspectiva de um acerto abrangente é incerta.
Analistas estimaram que o valor de um acordo dessa natureza poderia ficar entre 8 bilhões e 12 bilhões de dólares.