Barclays: a falta de rigor colocou os ativos de clientes do banco em risco de custos adicionais, atrasos ou até mesmo de perder seus bens (Asim Hafeez/Bloomberg)
Karin Salomão
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 12h05.
São Paulo – Barclays, um grande banco e fornecedor de serviços financeiros, foi multado em 37,745 milhões de libras por má gerência dos ativos de seus clientes.
Não é a primeira vez que a empresa londrina é multada. Há três anos, a empresa foi multada em 1,1 milhões de libras por um motivo semelhante.
A multa foi aplicada pelo órgão regulador da cidade, Financial Conduct Authority (FCA), e diz respeito aos clientes do braço de investimentos do banco. Essa é a maior multa já aplicada pela FCA a qualquer banco por violações de ativos de clientes.
A autoridade financeira disse que, entre 2007 e 2012, o setor de investimentos do banco colocou 16,5 bilhões de libras dos clientes “em risco”. A companhia falhou em dividir os investimentos dos clientes dos ativos do próprio banco, segundo o comunicado.
Os registros da companhia não identificavam corretamente qual empresa da Divisão Bancária de Investimentos era responsável pelos ativos de 95 contas em 21 países.
A falta de rigor colocou os ativos de clientes do banco em risco de custos adicionais, atrasos ou até mesmo de perder seus bens, caso o banco não pudesse cumprir com suas obrigações e dívidas.
Para Tracey McDermott, director de crises financeiras da autoridade, “Barclays falhou em aplicar as lições de nossas ações de fiscalização anteriores, inúmeras advertências e expôs seus clientes a um risco desnecessário”.
O banco afirmou aceitar a multa e disse que irá “melhorar seus sistemas para assegurar que os processos estão no lugar”. Também garantiu que nenhum cliente foi prejudicado.
Desde 2008, quando o banco Lehman Brothers colapsou, a entidade financeira está muito mais rigorosa. Na ocasião, muitos clientes não puderam resgatar os seus investimentos e ativos do banco. Por isso, a autoridade insiste para que os ativos dos clientes sejam mantidos separados dos investimentos de bancos.