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Bar da boiadeira? Agroplay, da Ana Castela, compra participação em redes de bares sertanejos

Objetivo do grupo de bares é atingir 90 milhões de reais em receita neste ano, com a expansão de unidades e parceria com a Agroplay

Pedro Elero e JP Albuquerque, nos cantos, da Fancore, e Rodolfo Alessi e Raphael Soares, da Agroplay: grupos se uniram para expansão dos rb (skaltemir / Fancore/Divulgação)

Pedro Elero e JP Albuquerque, nos cantos, da Fancore, e Rodolfo Alessi e Raphael Soares, da Agroplay: grupos se uniram para expansão dos rb (skaltemir / Fancore/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 15 de março de 2024 às 09h07.

Última atualização em 15 de março de 2024 às 17h44.

Não dá para negar que Ana Castela é um fenômeno musical no sertanejo. No Spotify, a “boiadeira”, como é conhecida, já foi ouvida mais de 3,7 bilhões de vezes. No YouTube, suas músicas e clipes ultrapassam rapidamente as centenas de milhões de visualizações. Agora, ela quer replicar o sucesso das paradas musicais nas mesas de bares. 

O grupo do qual é sócia junto de Rodolfo Alessi e Raphael Soares, o Agroplay, que gerencia as carreiras de artistas do “agronejo”, acaba de comprar parte de duas marcas de franquias de bares e pubs. Trata-se dos bares Folks Pub e Agrobar, ambos de Londrina, no interior do Paraná.

As duas marcas fazem parte da Fancore -- empresa cuja a Agroplay, de Castela, agora virou sócia. O grupo teve faturamento de cerca de 65 milhões de reais em 2023. Para este ano, quer crescer cerca de 40%, alcançando 90 milhões de reais em receitas. 

“A gente veio com a ideia de trazer uma proposta de pub sertanejo para Londrina e deu muito certo", diz João Paulo Albuquerque, sócio-fundador do grupo. “Ao longo do tempo, estruturamos o modelo de franquia, passamos por uma pandemia, avançamos pelo interior e agora estamos com um plano de crescimento estruturado, com abertura de novas lojas, principalmente na região de Paraná e Santa Catarina”. 

A expansão via aberturas deverá se acelerar, em parte, pela entrada da Agroplay na operação. A nova sócia deverá fazer campanhas e ações para impulsionar as marcas. Usando, inclusive, artistas para isso.

Qual a história do Fancore

JP Albuquerque, como João Paulo é conhecido, sempre foi admirador de uma boa festa. Se fosse sertaneja, então, melhor ainda. Morador de Londrina, porém, tinha dificuldade de encontrar baladas assim na cidade. 

O incômodo pessoal levou Albuquerque a estudar o mercado de maneira mais aprofundada. A oportunidade era clara: um negócio capaz de atender ao público sertanejo, até então desassistido de experiências em menor escala. Foi assim que nasceu o Folks Pub em 2014. A operação era uma rede de bares sertanejos no modelo de pubs, tradicional modelo de bar inglês de música ao vivo e com artistas locais. 

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“Como lar do sertanejo e sertanejo universitário, Londrina deveria ser a casa desse negócio”, diz o empresário.

Aos poucos, a operação foi ganhando escala. Um ano após a abertura, abriu uma segunda unidade em Londrina. Depois foi a vez de Sorocaba, Campinas e São Paulo. Em 2019, passaram a crescer, também, por franquia. Olhando para cidades pequenas, sugeriram uma nova opção, chamada Agrobar. Hoje, essa modalidade, menor, conta com quatro bares abertos e outros sete por abrir. 

Agora nos meados do ano, uma terceira modalidade será inaugurada: o Agroville, temático sobre o universo sertanejo, mas para crianças. "É um modelo que a gente já tinha essa ideia antes da pandemia, mas a gente resolveu trazer de volta à vida agora”. 

A nova operação terá um estilo de “fazendinha” e também ficará disponível para ser franqueada. Para o desenvolvimento da marca e entrega da primeira unidade, que já está em obras, o investimento foi em torno de 3,5 milhões de reais.

“Como modelo de negócio, começamos apostando no agronegócio e no sertanejo, mas queremos ir além”, diz JP. “Nosso objetivo é sermos uma marca que conquiste fãs, mas das mais diversas categorias”. 

Como será a parceria com a Agroplay

A empresa de Ana Castela e seus sócios entra agora na operação da Fancore para garantir que o grupo atinja os 90 milhões de reais em faturamento neste ano, e cresça ainda mais nos próximos.

“A Agroplay ficou mais conhecida agora por causa da Ana Castela, mas já existia e nós já tínhamos relacionamento com os sócios-fundadores de longa data”, afirma JP. “Como tem muita sinergia do negócio, foi algo que aconteceu naturalmente. Agora, estamos criando junto, o projeto está sendo elaborado a quatro mãos”. 

Um exemplo prático de como o projeto andará junto é uma ação promocional feita recentemente em bares Agrobar da Fancore. Diversos artistas representados pela Agroplay entraram a cavalo nos bares, gerando mídia e divulgação. 

“Esse tipo de coisa é muito valioso”, diz JP. “Mas eles não vão ajudar só com mídia. Realmente, vão participar do crescimento do negócio”. 

O objetivo é expandir e solidificar a presença do grupo no mercado. "A gente tem uma perspectiva de vender em torno de 40 a 50 unidades," afirma JP. “E já implementar, até o final do ano, em torno de 20 a 30”. 

Os quatro principais Estados na mira dos empresários são: 

  • Paraná
  • São Paulo
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul

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