Pré-sal: os recursos serão desembolsados em financiamentos de longo prazo (Divulgação/Petrobrás)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2015 às 07h58.
Brasília - Os bancos credores vão injetar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões na Sete Brasil, empresa criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal.
Os recursos serão desembolsados em financiamentos de longo prazo, em substituição ao que seria liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação de que haveria um aporte foi noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo.
A parte que ficará para cada banco ainda está em negociação e deve ser definida até o fim do mês. Nesse valor, porém, não estão incluídas as operações que serão fechadas com organismos internacionais e investidores estrangeiros.
Trata-se da única solução para evitar a elevação das perdas para os cinco maiores bancos que concederam financiamento e estão se vendo obrigados a rolar os empréstimo-ponte (financiamento de curto prazo), de R$ 12 bilhões, uma vez que metade do valor emprestado não tem nenhum garantia.
Mesmo assim, o BNDES segue firme na posição de não desembolsar nada à Sete Brasil, assegurou ao jornal O Estado de S. Paulo fontes a par da negociação.
Os bancos credores vão assumir o financiamento de longo prazo, que será usado também para abater uma parte dos empréstimos-ponte.
Nada impede que as instituições busquem no BNDES os recursos necessários, mas todo o risco da operação será delas.
A garantia do financiamento do projeto, segundo fontes ligadas à operação, serão as 19 sondas que deverão ser construídas - dez a menos que o lote de 29 do modelo inicial, das quais 28 seriam alugadas à Petrobrás.
De acordo com a Sete, 17 sondas estão em fase de construção, com corte de chapa de aço, dez estão com mais de 30% de avanço nas obras e apenas duas têm mais de 80%.
Estaleiro
O Estaleiro Enseada, um dos fornecedores da Sete Brasil, decidiu conceder férias coletivas a metade de seu efetivo em Inhaúma, no Rio de Janeiro. Ao todo, duas mil pessoas estão licenciadas das funções.
O estaleiro tinha contratos para conversão de quatro plataformas da Petrobras para o pré-sal e é controlado pelo consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC. Colaborou Antonio Pita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.