Ainda não há operadores acusados, mas o regulador financeiro de Nova York disse que o Barclays deve demitir funcionários envolvidos no esquema (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 13h59.
Zurique - Cinco bancos globais se declararam culpados pela manipulação de taxas de câmbio para benefício próprio e concordaram em pagar, ao todo, mais de US$ 5 bilhões em multas, informou nesta quarta-feira o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ, na sigla em inglês). São eles o JPMorgan, o Barclays, o Royal Bank of Scotland, o Citigroup e o UBS.
Os quatro primeiros admitem que conspiraram para manipular as cotações de dólar e euro nos EUA, disseram as autoridades responsáveis pela longa investigação.
O quinto banco, o UBS, recebeu imunidade, mas depois se declarou culpado por manipular o valor de referência da taxa Libor, depois de os promotores alegarem que o banco violou um acordo anterior feito para resolver alegações de má conduta.
A multa do UBS, que foi hoje o último a admitir a culpa, será de US$ 545 milhões, dos quais US$ 203 milhões são referentes à taxa Libor e serão pagos ao DoJ.
O restante, US$ 342 milhões, será pago ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), pelos negócios relacionados ao câmbio.
O Royal Bank of Scotland vai transferir US$ 395 milhões para a Justiça norte-americana e US$ 274 milhões para o banco central dos EUA. Os custos do JPMorgan serão, respectivamente, de US$ 550 milhões e US$ 342 milhões. O Bank of America, que não foi alvo de nenhuma ação no DoJ, vai pagar uma multa de US$ 205 milhões ao Fed.
O Barclays terá de pagar um total de US$ 2 bilhões para o DoJ, o Fed, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA, o Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York e a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido. Para o Citigroup, o valor total é de US$ 925 milhões, a ser pago ao DoJ e ao Fed.
Hoje à tarde, os advogados dos bancos devem apresentar uma série de argumentos no tribunal federal de Connecticut, nos EUA. Ainda não há operadores acusados, mas o regulador financeiro de Nova York disse que o Barclays deve demitir funcionários envolvidos no esquema.
As investigações sobre indivíduos continuam, de acordo com funcionários do governo norte-americano.