Demissões: O banco Santander, da Espanha, planeja demitir 2.000 funcionários na unidade polonesa (Jakub Porzycki/Getty Images)
Mariana Desidério
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 10h58.
Bancos europeus divulgaram perdas com empréstimos abaixo do esperado e fortaleceram índices de capital no terceiro trimestre. Ainda assim, os cortes de empregos continuam no continente.
O Banco Santander, da Espanha, planeja demitir 2.000 funcionários na unidade polonesa. O britânico Lloyds Banking anunciou o corte de 1.070 empregos, principalmente nas unidades de tecnologia e varejo. O banco holandês ING comunicou a demissão de 1.000 pessoas até o fim de 2021.
As medidas elevam o total de demissões anunciadas globalmente neste ano para 75.368, de acordo com números compilados pela Bloomberg. O volume está a caminho de superar os cerca de 80.000 cortes do ano passado.
Embora dezenas de bancos globais estejam fazendo demissões, cerca de 80% dos cortes se concentram em instituições europeias, cujos mercados domésticos enfrentam poucas perspectivas de crescimento bem como taxas de juros baixíssimas. Bancos europeus têm encolhido a força de trabalho desde 2008.
Muitos bancos europeus destacam a solidez financeira para pressionar reguladores a liberarem dividendos, apesar do cenário de deterioração causado pelo aumento de casos de Covid e restrições que ameaçam agravar a crise econômica. Dois dias antes de o Santander anunciar cortes de empregos, a presidente do conselho do banco, Ana Botín, pedia a retomada de dividendos.
“Dado o desempenho atual do grupo, a força de nosso balanço, nosso perfil de liquidez e mix de negócios, estou confiante de que seremos capazes de retomar os pagamentos de dividendos assim que as condições regulatórias permitirem”, disse Botín em comunicado.