Sede do Banco Madrid: banco é suspeito de lavagem de dinheiro (Gerard Julien/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2015 às 20h36.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 19h09.
O Banco Madrid, filial espanhola do Banco Privado de Andorra (BPA) suspeita, segundo as autoridades americanas, de lavagem de dinheiro, apresentou nesta segunda-feira uma suspensão dos pagamentos após sofrer uma "forte deterioração financeira".
"A decisão responde à forte deterioração da situação financeira do Banco de Madrid, S.A. como consequência dos significativos saques feitos pelos clientes e dos últimos acontecimentos conhecidos, que afetaram a sua capacidade para enfrentar o cumprimento pontual de suas obrigações", informou o Banco de España em comunicado.
A decisão foi tomada pelos mesmo administradores que nomearam o supervisor espanhol, depois de o Banco Madrid ter optado pela intervenção na quinta-feira passada, seguindo o exemplo das autoridades andorranas com o BPA.
O chefe de governo de Andorra, Antoni Martí Petit, anunciou a intervenção do BPA depois que Estados Unidos classificaram o BPA de "entidade submetida à preocupação de primeira ordem em matéria de lavagem de dinheiro".
Segundo o Tesouro americano, "altos responsáveis corrompidos do BPA, assim como controles anti-lavagem de dinheiro muito flexíveis, fizeram do BPA um intermediário fácil para os que lavam dinheiro".
Embora a intervenção de ambas entidades não tenha ocorrido por uma eventual debilidade financeira do BPA ou de seu grupo, os saques realizados nos últimos dias levaram os administradores do Banco Madrid a pedir a suspensão de suas operações até o pronunciamento do juiz do caso.
No dia 10 de março, quando o Banco de España assumiu o controle do Banco Madrid, esta entidade contava com cerca de 15.000 clientes na Espanha, particulares e institucionais, com pelo menos 500.000 euros em suas contas e 21 sucursais no país, afirmou um porta-voz.
O banco administra aproximadamente 6 bilhões de euros em ativos.
Por causa da suspensão de pagamentos, a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), supervisor das bolsas espanholas, anunciou em um comunicado que decidiu intervir na sociedade gestora e na companhia de serviços Inerdin do Banco Madrid.