No caso do BB as medidas de sexta-feira resultarão numa queda de 0,5 ponto percentual do requerimento de capital pelos critérios de Basileia (Fernando Lemos/VEJA Rio)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2011 às 16h58.
São Paulo - O Banco do Brasil prevê um final de ano com crescimento "saudável" do crédito à pessoa física, após o Banco Central ter anunciado na sexta-feira um ajuste às medidas macroprudenciais tomadas no final de 2010.
"É um movimento extremamente significativo", disse a jornalistas o vice-presidente de Varejo e Novos Negócios do BB, Paulo Rogério Caffarelli, em teleconferência nesta segunda-feira.
Mais cedo, o banco estatal anunciou redução de taxas cobradas para crédito consignado, financiamento a veículos e crédito consignado com prazos de até 60 meses, justamente as linhas para as quais o BC passou a exigir menos comprometimento de capital, o que na prática barateia o custo para os bancos.
"Novembro e dezembro são meses extremamente favoráveis para financiamento de veículos", disse o executivo. "Vai ser bom também para consignado, que responde por 40 por cento da nossa carteira de clientes pessoa física." De acordo com Caffarelli, no caso do BB as medidas de sexta-feira resultarão numa queda de 0,5 ponto percentual do requerimento de capital pelos critérios de Basileia. Em valores, isso representa cerca de 2,3 bilhões de reais.
O executivo adiantou que a previsão de incremento da carteira de crédito para varejo, recentemente reduzida para a faixa de 15 a 18 por cento, foi mantida. A previsão para 2012 é positiva, mas o executivo não quis detalhar previsões.
Na bolsa paulista, a ação do BB era o papel do setor bancário que mais subia, com alta de 3,56 por cento, a 25,34 reais, às 17h15. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,43 por cento.
Em relatórios, analistas do Bradesco e do Itaú Unibanco apontaram o BB como um dos principais beneficiários das recentes medidas do BC, uma vez que é o principal operador de crédito consignado no país, com 32 por cento desse mercado.
O recente ajuste do BC aliviou as medidas macroprudenciais tomadas em dezembro passado, em meio ao esforço do governo para então tentar conter o ritmo de expansão do crédito, numa economia que cresceu mais de 7 por cento em 2010, maior alta em 24 anos.
No entanto, o impacto das medidas foi pequeno. Em setembro, o estoque de crédito do sistema financeiro era 19,6 por cento maior em 12 meses, segundo dados mais recentes do BC. No acumulado de 2010, o crescimento havia sido de 20,5 por cento.