Vanderson Aquino, do Mêntore Bank: "O nosso momento é de partir para a consolidação do mercado" (Mêntore Bank/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de março de 2024 às 12h11.
Última atualização em 18 de março de 2024 às 22h20.
O Mêntore Bank vem crescendo ao atender um mercado que, por ora, ainda é considerado de nicho. O banco digital cearense opera para atender clientes que recebem até 3 salários mínimos e tem como produto principal o adiantamento de salário de curto prazo, com um tíquete médio de 200 reais.
O modelo é estruturado no B2B2C, em que o banco se conecta com empresas para oferecer produtos financeiros para os funcionários dessas companhias. Por mês, movimenta cerca de 1 bilhão de reais atualmente em TPV (Volume Total de Pagamentos).Criada em 2021, a instituição acaba de fechar a sua primeira aquisição: a carteira de clientes do concorrente Cerus Bank, empresa cearense especializada em gestão de condomínios.
A movimentação incorpora 15.000 usuários à base atual de 300.000. O Cerus Bank movimenta no último ano R$ 360 milhões. O valor da transação não foi revelado.“Nós também estamos negociando a aquisição de outros dois bancos. O nosso momento é de partir para a consolidação do mercado”, afirma Vanderson Aquino, sócio-fundador e CEO do Mêntore Bank.
Aquino tem mais de 15 anos de experiência no mercado de planejamento financeiro e tributário e se uniu a Omar Macedo, sócio do Grupo J.Macêdo, um dos maiores no mercado de alimentos do Brasil, e ao grupo de tecnologia Aptare, para criar a instituição financeira.
“Com esse formato de parceria com as empresas, nós conseguimos oferecer os produtos para pessoas que hoje estão endividadas, com nome no Serasa e sem crédito. A minha inadimplência é de 0,06%”, afirma o CEO.
Além do adiantamento, o banco digital oferece conta-corrente, produtos consignados, seguros e conta de benefícios. Alguns desses, em parceria com startups como a Veloe, de tag de pedágios, e a Swile, de benefícios flexíveis.
Os serviços são negociadoos com empresas que têm, em média, mais de 500 funcionários. A maior parte dos clientes está em São Paulo, Santa Catarina e na Bahia. Ceará, o estado de origem, representa cerca de 4% das movimentações. A base maior está em São Paulo, com 40% dos usuários e 60% do poder decisório.
Acompanhando esse quadro, o banco digital está fincando os pés na capital paulista, na região da Faria Lima, o condado financeiro do país. “Nós queremos ficar mais próximos dos fundos de investimento e das empresas que estão conosco. Precisamos estar no dia a dia para ganhar velocidade”, afirma Aquino.
Com investimento de R$ 4 milhões, o escritório deve receber 60 pessoas, incluindo executivos para cargos-chave e com grande experiência de mercado. A ideia é preparar a instituição para um novo momento da operação, que cresceu 380% no último ano.A estratégia passa por transformar o Mêntore Bank em um super app, em linha com o caminho percorrido por outras instituições financeiras.
Em outra frente, os sócios desenharam um modelo para avançar por outros estados. Nos próximos meses, preveem a contratação de dezenas de gerentes comerciais pelo país.
“Nós criamos um plano como se fosse um mapa para ser colorido de uma Batalha Naval. Nós vamos contratar 50 gerentes comerciais e distribuí-los pelo Brasil, conforme a necessidade da quantidade”, afirma Aquino.
A expectativa é de que a empresa encerre um ano movimentando um TPV de 28 bilhões de reais. Parte desse número, segundo Aquino, já está dentro de casa, com os clientes adicionando novos funcionários e também produtos aos quais os seus times têm acessos.