Negócios

Banco digital do Bradesco, next, inicia operação de marketplace próprio

Clientes terão cash back (devolução de dinheiro) entre 7,5% e 10% e recursos são depositados na conta

Fachada da sede do banco digital next, em São Paulo | Foto: Egberto Nogueira (Egberto Nogueira/Divulgação)

Fachada da sede do banco digital next, em São Paulo | Foto: Egberto Nogueira (Egberto Nogueira/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 18h26.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 11h28.

O next, banco digital do Bradesco, anunciou nesta quarta-feira o início da operação de seu marketplace próprio, o nextshop. Para engajar os clientes e atrair mais interessados ao cardápio de produtos, o banco aposta em percentuais generosos de cashback (dinheiro de volta), que variam de 7,5% a 10%, dependendo do parceiro. O dinheiro devolvido é depositado instantaneamente na conta se a compra for aprovada. Os recursos do cashback podem ser utilizados como o cliente desejar.

— A fronteira entre o mundo financeiro e o varejo acabou. Instituições estão deixando de se apresentar como bancos e varejistas também seguem no mesmo caminho. Cada vez o cliente quer mais conveniência e ao entrar numa plataforma digital, onde ele utiliza seu cartão de crédito e débito, quer também fazer compras —diz Renato Ejnisman, presidente do next.

O marketplace do next vai oferecer 13 mil itens de compra. Nesta primeira fase, podem ser encontrados produtos dos segmentos de telefonia, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, informática e games. Entre os parceiros, estão marcas como Casas Bahia, Ponto e Extra (Via), Samsung, Philips, Philco, Multilaser, Saraiva, Arno e Britânia.

Cada um deles vai oferecer um percentual fixo de desconto, entre 7,5% e 10%, que é valido para todos os produtos anunciados. O parcelamento pode ser feito em cartão de crédito em até 12 vezes sem juros. Todo o processo de compra é realizado dentro do aplicativo do banco, sem que haja direcionamento para os sites dos parceiros.

Segundo Ejnisman, a base de clientes do next chegou a 8 milhões, até outubro, e o volume transacionado cresceu 142% este ano, até outubro em relação ao mesmo período do ano passado. Ele lembra que o next já nasceu, em 2017, como uma plataforma digital, sem agências, e a oferta de produtos vem crescendo desde então.

Além de cartão de crédito e débito, há empréstimos, investimentos, seguro, além das operações cotidianas como pix, teds e docs. O banco tem ainda uma parceria com a Disney para oferecer serviços de streaming.

Por enquanto, o Bradesco continua sendo o único controlador do next, embora o banco digital tenha administração independente. Mas, no futuro, não está descartado uma abertura de capital (IPO na sigla em inglês Initial Public Ofering) ou a chegada de um novo investidor. Renato Ejnisman acredita que o inicio das operações do nextshop vai acelerar a entrada de novos clientes no banco com as ofertas atrativas do marketplace.

— O next vai aumentar seu valor e, em algum momento, o controlador pode decidir que um IPO faz sentido —disse o presidente do banco digital.

Com a operação de varejo do nextshop, Ejnisman afirma que a oferta de crédito, que já vinha crescendo, deve quase dobrar. Ele afirma que através de algoritmos e inteligência artificial é possível conhecer os hábitos e desejos dos clientes.

Bancos digitais vão no mesmo caminho

O next vai no caminho de outros instituições financeiras, inclusive grandes bancos como Itaú e o próprio Bradesco, entre outros, que estão investindo em shoppings virtuais dentro dos seus ecossistemas, passando a oferecer produtos diversos, e ganhando uma comissão por isso. Segundo analistas, como a maioria dos bancos digitais não cobra tarifas, essas fintechs (startups do ramo financeiro ) precisam buscar novas fontes de receita.

Para Luiz Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da agência de classificação de risco Austin Rating, diz que o cliente dos bancos digitais, como o next, é diferente dos grandes bancos, como o Bradesco. É um cliente que gosta de recompensas nas compras, de cash back e do mundo digital. Dificilmente abriria conta numa agência física de um banco.

— Para capturar esse tipo de cliente, os bancos digitais precisam ter canais digitais de distribuição de produtos, mesmo que não financeiros. Por isso, precisam ter market places como o Magalu ou Mercado Livre - duiz Santacreu.

O market place ajuda a atrair clientes e no futuro, possível abertura de capital, o next está equiparado a seus concorrentes, que já foram pelo mesmo caminho ao criar esses ambientes.

O futuro do varejo é 100% digital? Entenda assinando a EXAME por menos de R$ 11/mês.

Acompanhe tudo sobre:BancosBradescoCashbackEXAME-no-InstagramLojas

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU