Bandeira de Cuba é hasteada em Washington: em comunicado publicado hoje, a entidade americana explicou que o acordo, assinado ontem em Havana, "beneficiará as empresas americanas que desejarem fazer negócios em Cuba" (REUTERS/Jonathan Ernst)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2015 às 15h14.
Miami - O Banco Stonegate da Flórida anunciou nesta quarta-feira ter chegado a um acordo com o Banco Internacional de Comércio de Cuba para facilitar as operações financeiras de empresas e cidadãos americanos na ilha.
Em comunicado publicado hoje, a entidade americana explicou que o acordo, assinado ontem em Havana, "beneficiará as empresas americanas que desejarem fazer negócios em Cuba".
Este acordo, que faz parte do processo de normalização das relações diplomáticas entre os dois países, é a continuidade do assinado em maio pelo governo cubano para a abertura de uma conta no Stonegate, com sede em Pompano Beach.
Com este acordo, o Stonegate se transforma no primeiro banco americano a assinar um acordo de correspondência com uma entidade financeira cubana em 54 anos.
Tanto a delegação dos Estados Unidos como a de Cuba consideravam crucial que antes da abertura das embaixadas houvesse um entendimento que permitisse operações financeiras entre os dois países.
"Este é mais um passo para a normalização das relações comerciais entre EUA e Cuba. A capacidade de movimentar dinheiro de forma fácil entre os dois países só fará aumentar o comércio e beneficiar as empresas americanas que desejarem fazer negócios em Cuba", disse o presidente do banco Stonegate, David Seleski.
A normalização das relações entre os dois países teve um capítulo decisivo na segunda-feira, com a abertura das respectivas embaixadas em suas capitais, após seis meses e várias rodadas de diálogo entre as delegações.
Em 20 de maio o governo cubano abriu uma conta no Stonegate, banco voltado à gestão de investimentos e patrimônios, cuja principal missão é "ser reconhecido como o principal banco privado de negócios" na Flórida.
Até essa data, o governo cubano era obrigado a realizar suas transações financeiras em solo americano somente em dinheiro.
O Banco Internacional de Comércio de Cuba é uma entidade financeira que o governo estabeleceu para conduzir as relações bancárias internacionais com o resto do mundo, dificultadas em grande medida pela lei americana Helms-Burton, que pune empresas estrangeiras que fazem negócios com Cuba.
Esta lei, promulgada em 1996, reforçou o embargo comercial decretado em 1962, embora uma parte dessa legislação esteja suspensa, a que permite processar companhias estrangeiras que negociarem com propriedades confiscadas de americanos pelo governo de Cuba.