Energia (Paulo Santos/Reuters)
Reuters
Publicado em 8 de setembro de 2017 às 16h25.
São Paulo - O banco de investimentos Banco Clássico está em conversas avançadas para comprar a fatia de cerca de 20 por cento das ações com direito a voto que a Andrade Gutierrez detém na elétrica mineira Cemig, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta sexta-feira.
Segundo a fonte, a Andrade Gutierrez pode levantar cerca de 1,4 bilhão de reais com a venda da participação na Cemig, uma das maiores empresas de eletricidade do país.
A Cemig surpreendeu o mercado ao comunicar em meio ao feriado de 7 de setembro que a unidade de concessões da Andrade Gutierrez, AGC Energia, deixou o bloco de controle da companhia e assim está apta a vender suas ações da empresa, seja na bolsa de valores, seja no mercado de balcão.
Duas fontes disseram à Reuters que a saída da AGC veio em meio a desentendimentos com os demais sócios da Cemig sobre os planos para reduzir os endividamento da companhia e para vender ativos que dão prejuízo ou baixos retornos.
Ambas as fontes disseram que o movimento da Andrade Gutierrez deve facilitar os esforços do governo mineiro, controlador da Cemig, para acelerar as vendas de ativos e pagar dívidas da empresa.
Por quase 15 anos a Andrade Gutierrez compartilhou o controle da Cemig com o governo de Minas Gerais, que detém 51 por cento das ações com direito a voto na companhia.
O Banco Clássico possui atualmente cerca de 8 por cento do capital da Cemig, o que inclui ações preferenciais e ordinárias.
A Reuters não conseguiu contato com representantes do Banco Clássico. A Cemig e a Andrade Gutierrez não responderam imediatamente pedidos de comentário.
(Reportagem adicional de Luciano Costa)