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Balanço da JBS deve mostrar resultados em alta e riscos presentes

ÀS SETE - Mesmo com expectativa de melhora nos números, o mercado continua com um pé atrás com a companhia por conta dos seus problemas de governança

JBS: o frigorífico divulga o balanço do primeiro trimestre de 2018 após o fechamento da B3, a bolsa de valores brasileira, hoje (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)

JBS: o frigorífico divulga o balanço do primeiro trimestre de 2018 após o fechamento da B3, a bolsa de valores brasileira, hoje (Ueslei Marcelino/ Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2018 às 06h40.

Última atualização em 14 de maio de 2018 às 07h24.

A fabricante de alimentos JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, deve ter sentido uma melhora nos seus resultados no início deste ano, mas o mercado financeiro continua com um pé atrás com a companhia por conta dos seus problemas de governança. O frigorífico divulga o balanço do primeiro trimestre de 2018 após o fechamento da B3, a bolsa de valores brasileira, hoje.

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Em média, analistas projetam um aumento de 8% para o lucro líquido da JBS no período de janeiro a março deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2017, para 381 milhões de reais. “O desempenho da empresa tem sido bastante impulsionado pelas suas controladas no exterior”, diz Vitor Suzaki, analista da corretora Lerosa Investimentos em São Paulo.

Na quinta-feira, a Pilgrim’s Pride, subsidiária da JBS que produz frango nos Estados Unidos, divulgou um crescimento de 34,6% do seu EBITDA (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no primeiro trimestre de 2018 ante o ano passado, para 272 milhões de dólares.

No mercado brasileiro, todas as companhias do setor vêm enfrentando dificuldades devido à lentidão da recuperação da economia. A previsão média para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018 caiu para 2,7% nesta semana dos 2,8% registrados há um mês, segundo a pesquisa Focus do Banco Central, feita com instituições financeiras.

A situação da JBS é ligeiramente melhor porque, ao contrário da sua rival BRF, que foi alvo da Operação Trapaça da polícia federal em março por suspeitas de falsificação de laudos sanitários de produtos, a empresa dos Batista não enfrentou recentemente nenhum novo escândalo.

“Beneficiada pelas dificuldades das concorrentes Sadia e Perdigão, a Seara tem ganhado participação de mercado”, afirma Suzaki. “Mas os maiores aumentos nas vendas dessas companhias têm sido de frango in natura, e não de alimentos processados, que têm as maiores margens de lucro.”

Apesar de não ter sido atingida pela última fase da Operação Carne Fraca, outros problemas continuam pairando sobre a JBS, como a revisão do seu acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em meio às suspeitas de insider trading envolvendo os seus controladores, Wesley e Joesley.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado financeiro no país, está investigando se os Batista, que ocupavam altos cargos na administração da empresa, lucraram com operações com dólar e ações do frigorífico antes de as suas delações premiadas admitindo pagamento de propina a políticos viesse a público.

“Os investidores devem continuar preocupados com a governança corporativa da empresa e outros riscos financeiros que são muito difíceis de precificar neste momento”, os analistas do banco BTG Pactual Thiago Duarte e Vito Ferreira escreveram em relatório a clientes.

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