Usina de etanol da Raízen (Germano Lüders/Exame)
Denyse Godoy
Publicado em 10 de agosto de 2020 às 06h41.
Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 06h44.
A Cosan – acionista de empresas como a rede de postos de combustíveis e fabricante de açúcar e etanol e Raízen e da distribuidora de gás Comgás – divulga após o fechamento do mercado nesta segunda-feira, 10, o seu balanço relativo ao segundo trimestre do ano, o que deve mostrar o maior estrago feito pela pandemia do novo coronavírus.
A paralisação de atividades comerciais e o distanciamento social imposto pelas autoridades para tentar desacelerar o contágio da covid-19 fizeram com que boa parte da frota de veículos do país fosse deixada em casa e indústrias e restaurantes que usam o gás como fonte de energia baixassem as portas.
Como resultado, o Ebitda (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Cosan deve ter desabado 26% no período de abril a junho deste ano ante igual intervalo de 2019, para 871 milhões de reais, segundo cálculos do banco de investimento Credit Suisse. A divisão de distribuição de combustíveis deve ter sido a principal afetada, com uma queda de 44% no Ebitda, para cerca de 315 milhões.
Depois do pânico que a pandemia gerou no mercado entre fevereiro e maio, os investidores já adotam um postura resignada diante dos resultados trimestrais ruins que sabem que virão. Preferem olhar para um pouco mais à frente.
“A nossa expectativa para os próximos meses indica uma recuperação de demanda, já sinalizada em junho, e que a empresa volte para um patamar normalizado em praticamente todas as linhas de negócio”, escreveram os analistas do Credit Suisse em relatório a clientes.
Os números da Cosan vão ajudar o mercado a ajustar também as expectativas para outras companhias do setor, como a BR Distribuidora, que publica seu balanço amanhã, e a Ultrapar, no dia 12.