Negócios

B3 decide mudar investimentos e equipe de atletismo deve acabar

A decisão pegou de surpresa atletas e técnicos, em um momento em que muitos se preparam para conquistar vaga no Mundial Indoor de Atletismo

B3: a decisão foi tomada nos últimos dias e comunicada para o time nesta segunda-feira (Facebook/B3/Reprodução)

B3: a decisão foi tomada nos últimos dias e comunicada para o time nesta segunda-feira (Facebook/B3/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 20h14.

São Paulo - A B3 pretende retirar seu patrocínio ao atletismo e em breve sua equipe, uma das maiores do País, poderá ser extinta. A decisão foi tomada nos últimos dias e comunicada para o time nesta segunda-feira, quando muitos profissionais foram informados de que ficarão apenas até o fim de seus contratos, em 31 de dezembro de 2018.

Este grupo, inclusive, deve ir treinar em Campinas, na Orcampi. Alguns, inclusive, tiveram seus contratos de prestação de serviços não renovados.

"Com o objetivo de alinhar a estratégia de investimento social privado da B3 à evolução de sua cultura corporativa, a B3 Social (OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) passa a atuar a partir de 2018 direcionando seus recursos para atividades vinculadas a educação e formação de jovens para o trabalho. Educação é um eixo estratégico para a B3 e um tema que permeia o negócio. É parte do compromisso com o avanço dos mercados e, consequentemente, do País", disse, em nota.

A decisão pegou de surpresa atletas e técnicos, ainda mais em um momento em que muitos se preparam para conquistar vaga para a disputa do Mundial Indoor de Atletismo, que será disputado de 1º a 4 de março em Birmingham, na Inglaterra. "Fui informado hoje e preciso me inteirar direito de como vai ser. Foi uma novidade para mim. Nós temos que ver como vai funcionar essa migração, a questão de valores", explicou Evandro Lázari, presidente da Orcampi e que também trabalhava na B3.

"Achamos que a Orcampi é uma boa candidata a receber o patrocínio da B3 em 2018, pela proximidade que as duas equipes sempre tiveram e porque temos condições para isso, pois somos a terceira equipe do Brasil. Mas ainda não há nada definido", comentou Lázari, ciente de que alguns desdobramentos ocorrerão nos próximos dias.

Dos seis atletas brasileiros classificados para o Mundial Indoor até o momento - Thiago Braz (salto com vara), Darlan Romani (arremesso do peso), Rosangela Santos (60m), Leticia Cherpe (400m), Nubia Aparecida Soares e Almir Júnior (salto triplo) -, dois são da equipe B3: Darlan e Nubia. No total, a B3 conta com 57 atletas, além de comissão técnica e médica.

A BM&FBovespa atualmente também é parceira da Orcampi, um instituto criado pelo corredor Vanderlei Cordeiro de Lima que atende gratuitamente dezenas de crianças e adolescentes, muitos em situação de vulnerabilidade social. Além dela, a Caixa é outra parceira e alguns detalhes serão resolvidos para ver como ficará a questão dos apoios, pelo menos até o final de 2018.

O projeto da BM&F foi iniciado em 1990, com a intenção de fomentar o atletismo para trabalhar também a inclusão social de jovens pela modalidade. Desde então, a equipe conquistou importantes resultados internacionais e se tornou referência no esporte. Um dos maiores incentivadores dele foi o antigo presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Ele deixou o comando da empresa no ano passado.

"Com esta definição estratégica, tem início agora um processo de transição da B3 Atletismo. Em respeito a uma história de 30 anos no esporte, e a fim de conduzir essa transição com o menor impacto possível, a B3 Social continuará apoiando o atletismo com aportes financeiros ao longo de todo o ano de 2018 e está em tratativas para a doação de todo seu acervo esportivo a outras instituições tradicionais do atletismo", informou a B3 em nota.

Acompanhe tudo sobre:B3Investimentos de empresas

Mais de Negócios

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões