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Azul coroa ano de ouro e adiciona voos para Nova York a R$ 2.421

Rota de Campinas para o JFK começa a funcionar em junho. Movimento consolida expansão internacional da Azul, historicamente focada no mercado doméstico

Aeroporto de Viracopos, base de operação da Azul: Nova York será o terceiro destino nos Estados Unidos (Alexandre Battibugli/Exame)

Aeroporto de Viracopos, base de operação da Azul: Nova York será o terceiro destino nos Estados Unidos (Alexandre Battibugli/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 12h18.

Última atualização em 16 de janeiro de 2020 às 23h11.

A companhia aérea Azul passará a ter voos diários para a cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Os voos partirão do aeroporto de Viracopos, base de operação da empresa em Campinas (SP), e pousarão no aeroporto JFK (Aeroporto John F. Kennedy), em um trajeto de cerca de nove horas de duração.

As passagens começaram a ser comercializadas nesta quinta-feira 16 no site da Azul, com preços a partir de 2.421 reais, sem incluir eventuais taxas nos aeroportos. A Azul afirma que o preço pode variar a depender do valor do dólar no dia da compra. O primeiro voo na rota Campinas-Nova York acontece em 15 de junho. 

É o terceiro destino da Azul nos Estados Unidos. A empresa já voa para as cidades de Fort Lauderdale e Orlando, ambas no estado da Flórida.

Os voos para Nova York serão feitos pelas aeronaves A330, da fabricante francesa Airbus. Haverá um horário em cada trajeto: o voo de ida sai às 20h30 de Campinas e o voo de volta parte de Nova York às 23h30.

“Iniciamos o ano com ótimas novidades para nossos clientes. Estamos desenvolvendo a aviação regional, atendendo a aviação doméstica brasileira e, com a consolidação desse negócio, podendo expandir também a nossa operação internacional. Nova York é a ‘menina dos olhos’ dos brasileiros, que sonham em conhecer pontos turísticos como a estátua da Liberdade, a Times Square e o Central Park. Com esse anúncio, escrevemos mais uma página histórica na recente trajetória da Azul. Campinas e toda a nossa malha doméstica, de Porto Alegre à Mossoró, ganham com o lançamento desse novo destino internacional. Estamos muito felizes e empolgados com essa nova operação”, disse o presidente da Azul, John Rodgerson, em comunicado divulgado pela empresa.

No início da tarde desta quinta-feira, por volta das 13h e após o anúncio oficial do novo destino, a ação da Azul subia pouco mais de 1%, cotada a 60 reais.

Os papéis da empresa vêm em alta constante e subiram mais de 60% desde janeiro do ano passado. O ano de 2019 foi um dos principais na história da Azul, fundada em 2008. Com o fim das operações da Avianca Brasil em maio de 2019, a empresa passou de 16% para 24% do mercado de aviação doméstico no Brasil -- sendo a terceira maior companhia aérea nacional, atrás de Gol e Latam.

O fim da Avianca Brasil também rendeu à Azul novos horários de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas, em São Paulo capital, o que possibilitou à empresa começar no fim do ano a fazer voos na cobiçada ponte aérea Rio-São Paulo.

E se o ano passado foi marcante, 2020 já começou movimentado. A Azul anunciou também nesta semana a compra da companhia aérea regional TwoFlex, baseada em Jundiaí, no interior de São Paulo. As empresas assinaram uma oferta vinculante de 123 milhões de reais, segundo informou a Azul na terça-feira 14. A transação ainda precisa ser aprovada por órgãos regulatórios.

O negócio reforça a aposta da Azul no mercado de aviação regional. A TwoFlex opera voos para 39 destinos no Brasil, dos quais somente três já eram atendidos pela Azul. A Azul já é dona da maior malha do país, com mais de 200 rotas nacionais. Além disso, a transação barrou uma eventual expansão da concorrente Gol, líder em voos domésticos no Brasil e que tinha parceria com a TwoFlex.

Com a aquisição, a Azul ganhará também 14 novos horários de pouso e decolagem que a TwoFlex possuía na pista auxiliar no disputado aeroporto de Congonhas — os chamados slots. Apesar de não operar na pista principal em Congonhas, a TwoFlex tem autorização para ir da pista auxiliar ao aeroporto de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. Assim, se desejar usar a rota, a Azul pode aumentar sua participação no trajeto entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Criada com foco sobretudo no mercado doméstico, que responde por mais de 90% dos destinos atendidos pela empresa, o voo para Nova York mostra um intuito também de expansão internacional da Azul. Além da cidade americana, a empresa opera em outros dez destinos internacionais, como Buenos Aires e Bariloche (na Argentina), Lisboa e Porto (em Portugal) e Montevidéu (no Uruguai).

A Azul tem 16% em participação de mercado internacional no Brasil, ante 70% da Latam, líder absoluta em voos para fora do país, segundo dados compilados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no acumulado entre janeiro e novembro de 2019. A Gol tem 13% do mercado internacional. Nos primeiros nove meses de 2019, a Azul transportou pouco mais de 6,3 milhões de passageiros para destinos internacionais.

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