Negócios

Azul amplia frota para Campinas virar polo de voos regionais

Sem conseguir aumentar a presença em Congonhas, um dos maiores aeroportos do país, companhia investe em Viracopos

Novas aeronaves: Azul pagou US$ 850 milhões por 20 aviões ATR 72-600 (.)

Novas aeronaves: Azul pagou US$ 850 milhões por 20 aviões ATR 72-600 (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - Diante da lentidão com que está conquistando espaço no aeroporto paulistano de Congonhas - um dos mais movimentados do país -, a Azul decidiu ampliar o papel de Viracopos como pólo de voos regionais. Para tanto, a aérea anunciou a compra de 20 aeronaves tipo turboélice ATR 72-600, com opção de compra de mais 20 aparelhos. O valor do contrato é de 850 milhões de dólares.

Com a ampliação da frota, a Azul pretende aumentar as rotas regionais, passando dos atuais 21 para 25 destinos. As novas aeronaves possuem 70 lugares, tamanho suficiente para atender a demanda das cidades que estão na mira da companhia.

Criciúma (SC), Passo Fundo (RS) e Bauru (SP) seriam exemplos de municípios de perfil semelhantes ao que a empresa busca. "Nessas regiões há um grande potencial de mercado, são regiões com demanda por vôos, mas que não são atendidas ainda por nenhuma companhia", afirmou Pedro Janot, presidente da companhia.

De acordo com Janot, uma vantagem de Viracopos é a maior previsibilidade do tempo de deslocamento até o aeroporto, já que o caminho não costuma ser tão congestionado quanto as vias de São Paulo.

"As pessoas não sabem se demorarão uma ou três horas até Guarulhos, e o serviços prestados em Virapocos, nesse sentido, trazem uma grande vantagem", disse o executivo.

Slots

Atualmente, a Azul conta apenas com oito slots em Congonhas para operar somente nos finais de semana. Isso porque, em abril deste ano, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez a distribuição de 202 dos 355 slots disponíveis, e permitiu que a Azul, a NHT e a Webjet ficassem com alguns. A grande maioria, porém, foi distribuída entre a TAM e a Gol, líderes do mercado.

"Estamos à espera de novas distribuições de slots pela Anac, porque para nós seria muito importante estar no maior mercado aéreo nacional, o paulistano", afirmou Miguel Dau, vice-presidente técnico-operacional. Dau defende que, sem providências e investimentos pesados em infraestrutura, gargalos poderão paralisar os maiores aeroportos do país.

"Nos demais países, o gargalo maior é da falta de passageiros. No Brasil, pelo contrário, temos uma grande demanda e um gargalo de infraestrutura", disse Dau. "É preciso investimento para que o sistema aéreo nacional conseguir acompanhar esse crescimento".

Lucro

O break even (ponto onde o total das receitas é igual ao total das despesas) da Azul deve ser atingido em dez anos, segundo Janot. "Estamos muito perto disso, e com um caixa bem eficiente", disse o executivo. "Além disso, mais aeronaves significam menos custo fixo e mais rentabilidade à companhia."

Os ruídos e vibrações das novas aeronaves ATR, encomendadas pela Azul, são semelhantes as de um jato comum, afirmou Dau.

Para tornar os clientes mais fiéis, a companhia está investindo também em um projeto de oferta de 35 canais de tevê aberta, com sistemas de jogos e internet nas aeronaves. "Ainda não posso detalhar mais o plano, mas estamos em busca de recursos de entretenimento compatíveis aos desejados por nossos clientes", disse Dau.

 

Acompanhe tudo sobre:AeroportosAviaçãoSetor de transporteTransportes

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU