Chapecoense: o avião da Lamia acidentou-se perto do aeroporto de Medellín (Reuters/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de maio de 2017 às 21h44.
Última atualização em 26 de maio de 2017 às 09h37.
O avião da empresa boliviana LaMia que se acidentou em novembro na Colômbia, levando o time da Chapecoense, não tinha seguro, informou nesta quinta-feira a seguradora Bisa, que anunciou ter criado um fundo para ajudar as vítimas.
A empresa boliviana "BISA Seguros e Resseguros S.A. determinou que a apólice de seguro de Responsabilidade Civil de (a empresa aérea) LaMia Corporation S.R.L. não tem cobertura de seguro", segundo comunicado enviado à AFP.
O escritório de comunicação que atende a Bisa se negou a revelar maiores detalhes de por que o avião boliviano não tinha cobertura.
A Bisa Seguros e Resseguros publicou o comunicado depois de a emissora internacional CNN destacar que a apólice de seguros estava suspensa por falta de pagamento desde o começo de outubro de 2016, mais de um mês antes do acidente.
Em 28 de novembro, o avião da Lamia acidentou-se perto do aeroporto de Medellín, Colômbia, onde o time da Chapecoense devia chegar para disputar o jogo de ida da Copa Sul-americana contra o colombiano Atlético Nacional.
Entre os 71 mortos na tragédia estavam, na maioria, jogadores e equipe técnica do time catarinense, além de jornalistas. Cinco pessoas sobreviveram ao acidente que causou comoção nacional.
Uma investigação das autoridades aeronáuticas colombianas estabeleceu que a aeronave tinha combustível limitado para fazer a rota entre a cidade boliviana de Santa Cruz (leste) e o aeroporto José María Córdova de Rionegro, que atende Medellín.
A empresa Bisa, em seu comunicado, destacou que "sem nenhuma admissão de responsabilidade" estabeleceu um "Fundo de Assistência Humanitária" para "assistir as famílias dos passageiros mortos, assim como os passageiros sobreviventes do acidente de aviação".
Não foi informado até o momento o montante disponibilizado neste fundo.
A seguradora acrescentou que o fundo "é administrado, em nome dos seguradores, pelo escritório de advogados em Londres Clyde and Co. LLP.", onde as famílias das vítimas e sobreviventes podem consultar, mediante o e-mail do escritório jurídico.
Até hoje, o governo boliviano estabeleceu que a responsabilidade pelo acidente recai sobre a empresa LaMia e o piloto falecido, Miguel Quiroga, por planejar uma viagem descumprindo as normas de segurança, bem como em uma dezena de funcionários da Aasana (Administração de Aeroportos e Serviços à Navegação Aérea) e da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC).