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Avianca vê desempenho no mercado doméstico abaixo de expectativas

Para o presidente da companhia, a demanda por transporte aéreo internacional dá sinais mais claros de retomada

Avianca: para o presidente, uma retomada poderia ser favorecida com o avanço da agenda setorial (Diego Giudice/Bloomberg)

Avianca: para o presidente, uma retomada poderia ser favorecida com o avanço da agenda setorial (Diego Giudice/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de julho de 2017 às 13h16.

São Paulo - A demanda por transporte aéreo internacional dá sinais mais claros de retomada do que o mercado doméstico, afirmou nesta terça-feira, 18, o presidente da Avianca Brasil, Frederico Pedreira.

Segundo ele, tanto no que diz respeito à ocupação quando ao "sinal tarifário", o mercado internacional apresenta um desempenho melhor que há um ano.

Já no que diz respeito aos voos nacionais, o desempenho está abaixo das expectativas, afirmou o executivo, que indicou, porém, que o mercado doméstico também se mostra um pouco melhor.

O vice-presidente de Marketing e Vendas da companhia, Tarcísio Gargioni, acrescentou que a demanda doméstica "parou de piorar", já numa mudança de tendência de anos anteriores, quando se registrou queda.

Os executivos comentaram que o ânimo do setor se arrefeceu nos últimos três a quatro meses, tendo em vista o aumento das incertezas no ambiente macroeconômico.

"É preciso que a confiança volte para que haja uma maior demanda", comentou Gargioni, acrescentando que isso não acontecerá sem que os problemas atualmente enfrentados pelo País sejam resolvidos.

Eles também indicaram que uma retomada poderia ser favorecida com o avanço da agenda setorial. As companhias defendem um conjunto de medidas para aumentar a competitividade, como um teto para as alíquotas de ICMS sobre o querosene de aviação e o fim do limite ao capital estrangeiro.

Pedreira destacou a necessidade de discutir particularmente a tarifação sobre o combustível, que responde por cerca de 35% dos custos totais das companhias aéreas.

Por outro lado, o executivo criticou a aprovação, na semana passada, da Lei do Aeronauta, que, segundo ele, tira a competitividade das aéreas nacionais frente às companhias estrangeiras, já que diverge das regras internacionalmente estabelecidas.

Crescimento

Os executivos destacaram que apesar dos sinais de mercado, a Avianca segue registrando crescimento de sua demanda, com uma expansão acumulada da ordem de 15% no primeiro trimestre em relação a igual etapa do ano passado.

No mesmo período, o setor como um todo - considerando também dados de Azul, Gol e Latam - registrou uma queda de 0,6%.

A companhia, que tem atualmente cerca de 13% de participação no mercado, vem apresentando uma agressiva estratégia de crescimento, com lançamento de novos voos.

Somente este ano, iniciou operações em Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC) e se prepara para voltar a operar em Belo Horizonte, com quatro voos diários.

Além disso, a empresa aérea iniciou suas operações internacionais, com voos para Santiago, Miami e Nova York - este último anunciado nesta terça. Pedreira garantiu que não foi pelo desempenho recente do mercado internacional que a companhia decidiu lançar as rotas ao exterior. "Começamos a trabalhar nisso entre 2013 e 2014", disse.

Segundo ele, o lançamento só não ocorreu antes porque nos últimos anos não houve bons momentos. Pedreira indicou, porém, que rotas adicionais não estão nos planos da companhia.

"Precisamos estabilizar a operação internacional", disse, acrescentando que leva cerca de seis meses para uma rota se estabilizar.

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