Palestina: "A Latam teve 7 anos para finalizar a 'atualização' desde que o Estado da Palestina foi reconhecido pelas Nações Unidas", diz a OLP (./Divulgação)
EFE
Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 10h31.
Jerusalém- O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, enviou uma queixa formal à companhia aérea latino-americana Latam por um recente incidente no qual não reconheceu a nacionalidade palestina de uma passageira, segundo uma carta à qual a Agência Efe teve acesso nesta segunda-feira.
A carta, enviada à companhia na semana passada, segundo confirmaram à Agência Efe fontes da OLP, questiona a companhia aérea, que rejeitou a passagem que a palestina Dana Farraj comprou em dezembro através do site Quivi, para viajar entre as cidades colombianas Bucaramanga e Bogotá, por não reconhecer a Palestina como Estado.
A Latam pediu desculpas pelo incidente e o qualificou como "uma infeliz confusão", no entanto, para a OLP, a declaração que a companhia deu a princípio é "inaceitável e profundamente intolerável".
"Não só a Palestina foi reconhecida por 139 países, incluídos todos os sul-americanos, sua base de operações (Chile) é a casa de mais de um milhão de cidadãos com origem palestina", declara Erekat no texto.
A companhia aérea alegou que o erro aconteceu porque o seu sistema não tinha sido atualizado e não incluía a Palestina como Estado, explicação que para a OLP é "difícil de acreditar".
"A Latam teve sete anos para finalizar a 'atualização' desde que o Estado da Palestina foi reconhecido pelas Nações Unidas em 29 de novembro de 2012, através da resolução da AGNU (Assembleia Geral das Nações Unidas) 67/19", reprova o texto.
Erekat criticou a promoção que a companhia Latam faz sobre a recém-inaugurada rota Santiago/São Paulo e a cidade israelense de Tel Aviv, na qual assegura que inclui imagens de "território palestino ocupado", como a Cidade Antiga de Jerusalém.
"Israel usou o turismo como uma ferramenta para normalizar sua ocupação ilegal e a ocupação da Palestina. Portanto, reivindicamos à companhia que não faça nenhum passo que contribua para o objetivo de Israel de perpetuar sua ocupação", sustenta a carta.
A OLP considera na carta que "as companhias privadas têm responsabilidade de não se envolver em atos de discriminação que violem a lei internacional".